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Moradores da Vila Moisés apoiam pedido do MP-BA

Publicado em 20/05/2015, às 10h59   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Os moradores da Vila Moisés não tinham dúvida do que ocorreu naquela madrugada de 6 de fevereiro deste ano, quando o barulho dos tiros rasgou o silêncio e depois gritos de clemência pela vida foram ouvidos. Ao final, o som estridente das sirenes das viaturas da Rondesp Central da Polícia Militar saindo do bairro, levando os corpos para o Hospital Roberto Santos (HRS), onde 11 chegaram sem vida e quatro sobreviveram.

O Ministério Público denunciou os nove policiais militares envolvidos e pediu a prisão preventiva deles. De manhã, mais um corpo foi achado no matagal ao lado do campinho onde as vítimas foram mortas. Outros dois feridos foram atendidos em outros hospitais.

No final das contas, 12 mortos e outros seis baleados durante uma ação que, segundo o Ministério Público (MP), tinha o objetivo de vingar o tenente PM Eric Souza Alves, ferido no pé durante um enfrentamento com traficantes no dia 17 de janeiro deste ano. "Foi uma injustiça o que ocorreu naquela madrugada. A justiça vem de Deus e não dos homens. Não tinha dúvida nenhuma sobre a execução. Ouvi os tiros", declara a vendedora Maria Cristina, 44 anos.

Uma auxiliar de serviços gerais que mora próximo ao local onde houve as mortes lembra que ouviu as vítimas clamando pela vida. "Os meninos gritavam pedindo para serem presos, mas os policiais disseram: 'Não! Vocês têm que morrer'. Eu fiquei sem dormir várias noites", recorda-se.

O coordenador da organização Reaja, ou será morto! Reaja, ou será morta!, Hamilton Borges, diz ter recebido com alegria o resultado da investigação do Ministério Público e agora faz campanha nas redes sociais pedindo a saída do secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e toda a cúpula da SSP.

"Em lugar nenhum do mundo uma situação dessa existiu e os secretários resistiram. A gente já estava pedindo a saída antes, porque consideramos que a situação de desaparecimento de Davi Fiúza e outros 20 jovens e a morte de Geovani são insustentáveis", afirma.

Hamilton lamenta o fato de policiais negros "embarcarem na onda de execução dos seus semelhantes" e também pede a responsabilização do governo. 

Informações do A Tarde

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