Vice-presidente da AMA explica transtornos causados por barulho de fogos em pessoas com autismo

Marcos Mion fez um pedido através das redes sociais, nesta terça-feira (31), para que as pessoas não soltassem fogos de artificio barulhentos na virada do ano. O post, divulgado em seu Twitter, já contava com mais de 3,5 mil compartilhamentos e 11,9 mil curtidas em cerca de 12 horas no ar. Nos comentários, muitos apoiaram a opinião de Mion.

Na publicação, o apresentador, que é pai de Romeu, um menino com transtorno do espectro autista, disse que é preciso "pensar em todos os autistas que entram em crise com o barulho" e "em todos os animais que entram numa espiral de pânico".

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De acordo com o vice-presidente Associação de Amigos do Autista da Bahia (da AMA-BA), Leonardo Martinez, ao contrário do que muitos pensam, o barulho oriundo de fogos com estampidos não causa apenas um simples incômodo para as pessoas com transtorno do espectro autista.

“O uso de fogos de artifício é uma questão muito delicada e que merece atenção da sociedade. Primeiro é importante ressaltar que muitas pessoas com autismo possuem o que chamamos de hipersensibilidade auditiva, ou seja, não é um simples incômodo, trata-se na verdade de uma questão sensorial que traz profundos transtornos para essas pessoas, inclusive crianças”, afirmou.

Ainda segundo Martinez, as pessoas com que possui essa dificuldade sensorial estão suscetíveis a surtos psicóticos, ataques cardíacos e muitas vezes precisam ser medicadas, internadas e até sedadas em casos mais severos. “Elas ficam muito agitadas e muitas vezes se auto lesionam ou se machucam, também por questões sensoriais eles não aceitam uso de tampões ou acessórios que diminuam o impacto auditivo, não é “mimimi” dos pais e familiares, é sério”, explicou.

Um Projeto de Lei aprovado na Câmara de Vereadores que proíbe a utilização de fogos com estampido em Salvador foi encaminhado para o prefeito ACM Neto. “Temos fé que o Prefeito ACM Neto será sensível e sancionará e tornará Lei também aqui em Salvador”.

Apenas os vereadores Alexandre Aleluia (DEM) e Sidininho (Podemos) votaram contra o projeto.