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Galpão recém-inaugurado não agrada maioria dos feirantes

Publicado em 21/12/2011, às 08h04   Patrícia Costa



Com o objetivo de requalificar a Feira de São Joaquim e, principlamente, os feirantes, visando atrair clientes das classes A, B e C, inclusive turistas, o Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Turismo e Companhia Estadual de Desenvolvimento Urbano (Conder) inaugurou, no último domingo (18), o galpão provisório, onde ficarão os comerciantes durante a reforma da Feira.

Apelidado de Galpão "Água de Meninos" - em homenagem à feira que foi incendiada, em 1964 - o espaço vai atender todas as exigências da Defesa de Vigilância Sanitária. Pelo menos é o que afirma o engenheiro Hamilton George, coordenador de obra pela Conder. "Queremos começar a feira com padrão de excelência", ressaltou.


Hamilton George mostra o projeto do Galpão Água de Meninos


Ainda segundo o engenheiro, no galpão, que receberá os comerciantes, em sistema de rodízio, a partir do dia 5 de janeiro de 2012, vão funcionar 221 boxes, incluindo 39 restaurantes e 142 bancas (estruturas móveis). A reforma da feira será feita em sete etapas e que a conclusão dos serviços está prevista para o primeiro semestre de 2014.

Para Hamilton George, os feirantes estão satisfeitos com o armazém que está sendo construído entre a feira e o Clube da Codeba, no bairro de Água de Meninos, mas por outro lado, percorrendo a antiga feira, a equipe do Bocão News pode constatar que não é bem assim. A maioria deles colocaram como ponto negativo o tamanho do espaço dos boxes originais que foram reduzidos.

"Satisfeitos não estamos, mas fazer o quê? Temos que sair mesmo. Eu preferia ficar aqui no meu cantinho onde já estou acostumada e sem contar que a área aqui é bem maior do que a que vou ocupar na Codeba", disse Solange Maria, 42, vendedora de frutas na Feira de São Joaquim desde os 14 anos.


Juraci Santos Baqueiro, 58, vendedor ambulante no local há nove anos, também pensa como Dona Solange. "O problema em Água de Meninos é o espaço que a gente vai ter lá. Aqui tenho mais de cinco metros de área  para vender minha mercadoria e no galpão é 1 metro por um não sei se é verdade. Um espaço deste eu pego 50 caixas de mangas, por exemplo, como vou colocar tudo isto lá?", indagou.


"Estamos saindo da lama e indo para o tapete de ouro"

Mas para Antônio de Jesus, 66, dos quais 46 anos dedicados à Feira, ele não vê a hora de mudar para o novo galpão. "Eu estou ansioso porque nós estamos saindo da lama e indo para o "tapete de ouro", agora só que lá não vou ter três portas como aqui, mas mesmo assim eu estou feliz. Lá eu vou ter um lucro de 600% porque eu estou vendo as benções entrando pelas portas, significa trocar a roupa suja por uma nova", disse empolgado.

Na barraca de Seu Antônio, ele só vende banana: "e de todo tipo, prata, terra, d'água, naninca e banana maça", fez questão de detalhar. A penca da banana prata ele vende a R$2, e garante que é o preço mais em conta em relação às outras barracas improvisadas na feira. "É barato mais ainda pedem uma "quebra" (a famosa pechincha) e ainda faço uma promoção", disse sorrindo. A banana-da-terra sai a R$ 3.



Fotos: Gilberto Júnior/Bocão News
Matéria publicada dia 20 de dezembro às 13h07

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