Com a alvorada às 5 horas desta quinta-feira (24), foi dada a largada à festa de Itapuã, cujo ponto alto é a Lavagem da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia de Itapuã. O tradicional festejo completa 106 anos, resistindo ao tempo e resgatando as características culturais da comunidade nativa do famoso bairro de Salvador, cantada em versos e prosa pelos poetas Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi .
Durante cinco dias, o bairro será agitado pelas manifestações culturais, artísticas e religiosas, que buscam resgatar as tradições do bairro que, por anos foi local de veraneio, transformando em recanto da intelectualidade e boemiabiana.
O clima da festa, iniciada com a saída do cortejo de baianas que percorreu a principal avenida de Itapuã, foi de tranquilidade. Organizado por grupos culturais, entidades e moradores nativos do bairro, apoiados por comerciantes, que se embuiram de desconstruir a imagem de que a Lavagem de Itapuã é uma festa violenta.
O projeto "Itapuã Nativa Ativa", idealizado e realizado pelas entidades apresenta uma nova proposta de resgate cultural do bairro de Itapuã. Este ano, Juvená e Dona Cabocla, duas figuras representativas do bairro foram alvo de homenagens.
Dona Cabocla por sua história de vida, energia, vitalidade e lucidez que ainda acompanha a atual efervescência cultural do bairro, participando e cantando nos eventos musicais do bairro.
Juvená é uma personalidade das históricas e antológicas festas de largo da cidade de Salvador. Sua barraca de praia, instalada na Rua J, por anos foi ponto de encontro de várias gerações e da boemia e intelectualidade de Salvador, transformando o barraqueiro numa das mais populares e conhecidas figuras de Itapuã. Depois de décadas instalado em Itapuã, personalizando o bairro, perdeu sua barraca de praia.
Fotos
: Edson Ruiz // Bocão News