Advogada chama mulher de 'favelada, preta, pobre e mau pagadora' em audiência no Espírito Santo

Advogada foi autuada por injúria racial, mas responderá em liberdade | Reprodução/TV Gazeta

Publicado em 14/07/2022, às 17h47 Redação BNews

Uma advogada foi levada para a delegacia na última terça-feira (12) e autuada pelos crimes de injúria e injúria racial por ter ofendedido uma mulher durante uma audiência de conciliação que acontecia no fórum da cidade de Castelo, situada na região sul do Espírito Santo.

Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, a advogada de 34 anos, identificada como Stela Barbosa, chamou Maria Aparecida de Oliveira Viana de "favelada, pobre, preta e mau pagadora". Logo após as ofensas, a própria mediadora da audiência acionou a PM. "Nunca pensei que a cor da minha pele fosse... estou me sentindo muito humilhada, muito mal", disse Maria, em entrevista à TV Gazeta, emissora local.

Reprodução // Marcelo Camargo // Agência Brasil

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A audiência ocorria por causa de um massageador. Maria afirmou que havia comprado o aparelho em dezembro do ano passado em uma loja de colchões pelo valor de R$ 1.800, mas que o kit chegou rasgado. Foi quando passou a cobrar a troca do produto, sem sucesso desde então.

A advogada estava representando a empresa fornecedora do produto. "Ela chegou, sentou, começou a audiência, ela falou. Chegou a parte de eu falar, ela já entrou me agredindo, ela nem esperou eu abrir minha boca, ela não esperou eu falar", contou Maria.

De acordo com a Polícia Civil, Stela chegou a ser levada para a delegacia, mas responderá pelos crimes em liberdade. À emissora, por telefone, ela negou que tenha ofendido Maria Aparecida, afirmou que participou da audiência para representar a empresa e que, no fórum, Maria alegou "ser preta, pobre e favelada" e que não poderia pagar a empresa, que não aceitaria a devolução do produto, mas parcelaria a dívida.

A defensora disse ainda que fez boletim de ocorrência por calúnia, alegando que as acusações contra ela são mentirosas. O registro da advogada na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está suspenso.

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