Geral

Facebook derruba perfis ligados a militares que postavam informações falsas sobre a Amazônia

Divulgação
O documento diz que a menção aos indivíduos associados aos militares não quer dizer que o grupo seja controlado ou comandado pelas Forças Armadas  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 07/04/2022, às 18h31   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

A Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, derrubou diversos perfis falsos que disseminavam informações falsas sobre a Amazônia, entre outros temas. O relatório de ameaças publicado pela empresa nesta quinta-feira (7) aponta que a rede tinha ligações com "dois indivíduos ligados ao exército brasileiro". As informações são do g1.

Segundo o relatório da agência Graphika, contratada para investigar as postagens e perfis, a rede era administrada por dois brasileiros que estavam "servindo ativamente no exército em dezembro de 2021, de acordo com registros do governo brasileiro de pagamentos de funcionários federais". Os nomes não foram divulgados.

O documento diz que a menção aos indivíduos associados aos militares não quer dizer que o grupo seja controlado ou comandado pelas Forças Armadas. Procurada pelo g1, a assessoria de imprensa do Exército Brasileiro informou que está buscando mais informações sobre o assunto.

Leia também:Nova espécie de palmeira é descoberta na Amazônia

Os perfis falsos postavam sobre desmatamento, incluindo o argumento de que nem todo desmatamento é ruim e criticando organizações não-governamentais que condenam a prática na Amazônia. A Meta disse que removeu 14 contas e 9 páginas do Facebook, além de 39 contas do Instagram, por violarem sua política contra "comportamento inautêntico coordenado".

A empresa que fez o monitoramento ressaltou que as páginas não conseguiram números altos de engajamento e audiência: cerca de 1.200 seguidores em suas páginas no Facebook e mais de 23 mil em seus perfis no Instagram. Mas a agência afirma que foram encontrados sinais claros de ação coordenada.

Ainda de acordo com o relatório, a operação começou em 2020, com a publicação de memes sobre questões sociais e políticas, incluindo a reforma agrária e pandemia de Covid-19. Algumas postagens incluíam críticas ao governo Bolsonaro sob perfis como "Resistência Jovem" e "Orgulho Sem Terra", por exemplo.

A Graphika diz que o grupo não teve engajamento e, então, abandonou essa atividade. Já em 2021, os usuários criaram páginas onde se passavam por ONGs e ativistas focados em questões ambientais na região da Amazônia. Entre mensagens que enalteciam a importância de buscar "informações seguras" sobre o tema, eles chegaram a dizer que nem todo desmatamento é prejudicial, segundo o relatório.

O documento diz que algumas postagens também enalteciam a atuação do governo federal na área de meio ambiente, que tem sido alvo de críticas internacionais.

Um post de agosto de 2021 divulgado no relatório diz que países estrangeiros, "com mentiras repetidamente faladas, querem criar uma verdade em prol de seus interesses".

Na época, a Amazônia sofria queimadas acima da média histórica para o mês, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Hashtags usadas na postagem defendiam atos de 7 de Setembro e o PL490, desengavetado pela base governista na Câmara, que muda a demarcação de terras indígenas.

Outras mensagens questionavam a atuação de ONGs ambientais. Um desses perfis, chamado "O fiscal das ONGs", acusava que organizações internacionais como Greenpeace de "demagogia". E defendia uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre essas entidades.

A reportagem do g1 diz que outra página excluída se apresentava como se fosse de uma organização ambientalista chamada “NatuAmazon”, que compartilhava principalmente notícias e estatísticas sobre desmatamento que favorecessem a imagem do governo e dos militares, de acordo com os conteúdos analisados pela agência a pedido da Meta.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp