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Monge isenta Dalai Lama de julgamento após líder beijar garoto na boca

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O monge também entende que não haverá impacto maior para o budismo por causa do caso  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 13/04/2023, às 07h23   Redação BNews


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O líder espiritual Dalai Lama entrou em uma polêmica nesta semana após ser flagrado beijando uma criança na boca, além de fazer uma pergunta ao garoto se ele queria chupar sua língua. Por causa das cenas, o vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais, e dividiu opiniões. Como é o caso do monge Daniel Calmanowitz, de 69 anos.

O professor e instrutor de prática e filosofia budista no Centro de Dharma da Paz e diretor da Fundação Lama Gangchen para a Cultura de Paz, de São Paulo, descartou qualquer tipo de espaço para o erótico no ambiente monástico, mas enfatizou que sua prática o impossibilita de juglar o Dalai Lama.

“Quem sou eu pra julgar. Um dos pontos centrais da minha prática budista é não apontar o dedo ao outro. Costumamos lidar com realidades subjetivas de forma objetiva. Na medida do possível, claro, procuramos tirar o julgamento da frente. Vi, mas não vou julgar o Dalai Lama”, destacou Calmanowitz, em entrevista ao jornal O Globo.

O vídeo exibe Tenzin Gyatso, de 87 anos, em uma audiência de fevereiro, realizada em Dharamsala (norte da Índia). Em contrapartida ao vídeo, o maior líder do Tibete, laureado com o Nobel da Paz, emitiu nota de desculpas à família e à criança “pela dor que suas palavras possam ter causado”

Ainda conforme o monge, as diferenças culturais seriam uma explicação para o vídeo. 

“Não há o erótico dentro do monastério. As brincadeiras não são erotizadas. E na ocasião, ele estava com vários monges em volta dele. O contexto foi infeliz, foi errado. Eu nunca tinha visto especificamente isso (do pedido), mas há um costume, por exemplo, de se passar a mão na cabeça e mostrar a língua ao se cumprimentar. Há uma história antiga de um rei que era como o diabo, tinha chifres e a língua bifurcada. Para dizer que eles não são como esse rei, os tibetanos se cumprimentam deste jeito, provando que não têm chifre e que a língua não era tal qual a do diabo”, explicou. 

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