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Nutricionistas orientam consumo consciente do Ovo de Páscoa e dão dicas para quem exagerar

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Nutricionistas Fernanda Orichio e Taís Borges também falaram sobre a culpa após consumo exagerado de Ovos de Páscoa  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Riomar

Publicado em 17/04/2022, às 06h30   Rafael Albuquerque


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Nete domingo (17) se comemora a Páscoa. Além do significado religioso de que a data celebra a ressurreição de Jesus ocorrida no terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento, há também o simbolismo que tem relação direta com o mundo capitalista e favorece a indústria de chocolate em vários países do mundo. Trata-se da tradição de presentar as pessoas com ovos de Páscoa.

Os ovos de Páscoa são uma tradição milenar que passou a ser relacionada ao cristianismo. Costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento.

Mas, segundo os nutricionistas, a tradição deve ser seguida com moderação. Deliciosos e com muitos sabores e tamanhos, os ovos de chocolate podem representar a ingestão de muito mais calorias do que o corpo precisa. E, por isso, os especialistas em nutrição fazem um alerta sobre o assunto.

"Os ovos de Páscoa convencionais (grandes marcas e produção em larga escala) são ricos em açúcares, gordura vegetal, aditivos químicos para conservar e aromatizar os chocolates", afirmou ao BNews a nutricionista Fernanda Orichio.

Apesar disso, o consumo consciente do chocolate não representa grandes riscos: "O consumo pontual e em pequenas quantidades não representa grandes riscos para nossa saúde. Porém, vale lembrar que esses aditivos químicos em questão são os mesmo que contém nos alimentos industrializados e ultraprocessados, que podem estar inseridos no dia a dia - e que também devem ser consumidos com moderação".

A nutricionista falou sobre os ingredientes prejudiciais que são encontrados nos ovos de Páscoa e alertou para a importância de ter moderação com o açúcar. "A lista de ingredientes de um ovo de chocolate ao leite convencional tem como primeiro ingrediente açúcar, ou seja, é o que mais contém naquele produto. O açúcar, quando consumido em grandes quantidades, estimula o hormônio da insulina, que é responsável por colocar a glicose para dentro das células no nosso organismo. O problema do pico glicêmico no nosso organismo se dá pela constância que isso acontece, pois ele também estimula a produção de radicais livres e estimula o processo inflamatório ", explicou.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda reduzir o consumo de açúcar livre (o que se acrescenta, não o que se encontra de forma natural em alguns alimentos como a frutose, nas frutas) a menos de 10% da ingestão calórica total do dia, e inclusive estimula que esse consumo seja inferior a 5%, pois isso “produziria benefícios adicionais para a saúde.

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Orichio alerta que outro ingrediente muito comum nesses ovos são os aditivos químicos: "para o intestino eles são agressivos, podendo levar ao estado conhecido como leaky gut, ou aumento da permeabilidade intestinal, que por sua vez também é um estímulo inflamatório para o organismo".

No mercado, existem os ovos de Páscoa com baixa caloria, mas até esses devem ser consumidos com cautela, já que muitas vezes a redução calórica se dá pela substituição do açúcar por adoçantes. "Nesse caso o cuidado se dá pela qualidade dos adoçantes que são usados que muitas vezes são artificiais e deletérios para saúde intestinal e metabólica, além da associação de alguns deles ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer, por exemplo", explicou Fernanda.

Para os que optam pelo consumo do ovo de chocolate, existem algumas dicas para minimizar possíveis danos: "Escolha consumir os ovos sempre após alguma refeição! Evite comer de barriga vazia, pois o consumo pode ser maior do que o desejado. O consumo a noite quando controlado pode não representar grandes problemas, mas se o consumo for além pode até atrapalhar a qualidade do sono".

Outra dica dada pela nutricionista Fernanda Orichio é o cuidado na escolha do ovo: "Uma boa dica são os ovos artesanais, com matéria-prima de melhor qualidade e se possível com maior teor de cacau. Quanto mais amargo, maior a quantidade de cacau e menor quantidade de açúcar. Porém, o controle da quantidade também é bem-vindo".

A nutricionista Taís Borges explicou que o "consumo excessivo pode gerar desconfortos gástricos, como azia e refluxo, aumento da glicemia e provocar o tão temido aumento de peso". Taís confirma que não é necessário fugir da tradição, mas tomar cuidado com os exageros: "Não é necessário fugir da tradição e trocar o ovo de Páscoa por outro produto. O segredo está em comer com parcimônia e em momentos estratégicos para não exagerar. O ideal é consumir sempre após uma refeição nutritiva que contenha principalmente proteínas e fibras. Esses nutrientes geram maior saciedade e isso irá diminuir a chance de exagerar na quantidade do chocolate.

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A dica é consumir como sobremesa e lembrar que temos chocolate durante todo ano, então não precisa comer desesperadamente".

Borges também deu uma dica sobre a quantidade adequada para ingestão de ovo de Páscoa: "Quantidade é algo muito individual, depende de quem estamos falando. O ideal é fracionar o seu ovo de páscoas em porções médias, de 20 a 40g e comer ao decorrer dos dias".

Claro que os conhecidos chocólatras vão, em algum momento, exagerar no consumo. E depois vem a culpa pelo excesso. E, por isso, a nutricionista Orichio falou ao BNews que a relação com a comida deve ser consciente e explicou que alimentar a culpa não é uma boa saída: "A culpa após comer deve ser vista com cuidado, pois o nosso relacionamento com a comida deve ser leve e consciente. Se existe culpa, possivelmente existe um mau relacionamento com a comida e a proporia imagem corporal. Se você come sem exageros e equilibra com as demais escolhas do dia possivelmente, não vai 'pesar' na consciência. Mas caso alguém tenha se excedido mais do que gostaria, a dica é simplesmente voltar a rotina saudável. Boa alimentação, hidratação, atividade física regular e uma boa qualidade de sono".

E para quem exagerou, Taís Borges faz um alerta: "Não é necessário fazer nenhuma dieta restritiva, jejum. Se acabou exagerando, basta voltar o quanto antes para a rotina exercícios físicos e alimentação saudável e também caprichar no consumo de água".

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