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Pesquisa aponta que 45% dos heterossexuais já pensaram em ter relação homoafetiva

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Segundo levantamento da plataforma Gleeden, 18% dos heterossexuais dizem já ter tido relacionamento homossexual  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicado em 24/06/2023, às 14h42   Cadastrado por Beatriz Araújo


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Apesar de tanto preconceito em torno do público LGBTQIAPN+, uma pesquisa realizada pelo aplicativo Gleeden, plataforma destinada a promover encontros extraconjugais, traz um dado, no mínimo, curioso. Neste mês de junho, quando é celebrado também o “Mês do Orgulho”, que chama atenção para a luta travada por pessoas em busca de respeito e aceitação, a ferramenta publicou os resultados de um estudo que aponta como os heterossexuais se veem em relações homossexuais.

De acordo com o levantamento realizado com usuários da plataforma na América Latina, 45% dos heterossexuais dizem já ter pensado em ter um relacionamento homossexual. Além disso, outros 18% já tiveram um relacionamento homossexual; 20% já fizeram sexo com uma pessoa do mesmo gênero; e 70% consideram que, se não fossem as condições morais, culturais ou religiosas, todos seriam bissexuais. No entanto, apenas 10% dos entrevistados se declaram bissexuais.

A psicóloga Laia Cadens explica que existem vários motivos para a tendência ascendente. Alguns são a identificação da própria sexualidade, a curiosidade e a necessidade de experiências de sexo mais diversas. “Os aspectos socioculturais têm muito impacto nisso, uma vez que 70% afirmam que, se não houvesse condições morais, todas as pessoas poderiam ser bissexuais”, explica.

Já para Mariona Gabarra, sexóloga do Gleeden, essa abertura à diversidade sexual está sendo impulsionada por uma combinação de fatores, entre elas a mudança na cultura popular, que reflete nessa abertura da diversidade sexual e de gênero.

“Filmes, programas de TV e músicas estão começando a retratar personagens e relacionamentos queer de uma forma mais positiva e autêntica, ajudando a normalizar essas orientações. Além disso, é importante destacar o papel dos jovens, que lideram essa mudança, sendo mais abertos e honestos sobre suas identidades sexuais e de gênero. Isso ajuda a criar um ambiente mais acolhedor e seguro para aqueles que vivenciam experiências semelhantes”.

Esse cenário das relações pode ser notado também por meio dos usuários do Gleeden, que são cada vez mais variados e não necessariamente são casados, mas também solteiros ou pessoas em relacionamentos abertos que buscam outras experiências afetivo-sexuais.

“O uso de aplicativos de relacionamento mudou a forma como interagimos, ou seja, criaram espaços seguros para que as pessoas possam estabelecer um perfil mais genuíno e ter clareza sobre o que estão procurando sem medo de serem julgadas. Isso tem permitido que elas percebam que existem outras formas de amar”, afirma Silvia Rubies, Diretora de Comunicação e Marketing do Gleeden.

Para a executiva, a abertura a experiências é algo característico dos mais jovens, porém o uso de aplicativos permite que gerações anteriores descubram e se sintam mais seguras sobre isso. “Essas pessoas sabem que, em plataformas como o Gleeden, têm a liberdade de poder expressar o que realmente são e querem. Assim, fica mais fácil se relacionar com outros que buscam a mesma coisa”, finaliza.

Classificação Indicativa: Livre

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