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Super heroínas! Conheça a história de mulheres guerreiras que apostaram tudo no sonho da maternidade

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Neste segundo domingo de maio (14), data em que se comemora o Dia das Mães, o BNews faz uma homenagem a essas mulheres guerreiras  |   Bnews - Divulgação Fotos / Arquivo Pessoal
Camila Vieira

por Camila Vieira

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Publicado em 14/05/2023, às 06h30


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Tentantes assim são conhecidas as mulheres que têm dificuldade para engravidar e fazem tratamentos com objetivo de se tornarem mães. Neste segundo domingo de maio (14), data em que se comemora o Dia das Mães, a dentista Jemima Almeida Silva, 39 anos, vive uma emoção especial. A denominação de tentante mudou para gestante. Depois de realizar a fertilização in vitro, conseguiu engravidar e está com 32 semanas de gestação, à espera do seu primeiro bebê.  

A dificuldade foi descoberta no ano de 2020. “Procurei um médico especialista em reprodução humana, realizei exames e foi constatado o problema. Fiz o procedimento e Deus ajudou para que tudo desse certo. Meu marido ajudou durante todo o tratamento, apoiando, incentivando. O que foi fundamental”, conta a mamãe de primeira viagem.

Emocionada, ela relembra quando descobriu a gestação e a voz embarga. “Fui tomada por uma felicidade enorme. Um presente de Deus na nossa vida. Só tenho a agradecer a ele e a minha médica. Meu primeiro Dia das Mães será muito especial, pois estou vivendo a realização de um sonho”, afirma. A alegria de Jemima se mistura a empatia e motivação para outras mulheres. “Não desistam do seu sonho, apesar da dificuldade, dos obstáculos a vitória sempre vem. E quando acontecer tudo valerá a pena”, considerou.

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O sonho costuma ser sempre maior que a desesperança. A cada negativa, um misto de sentimentos.  Dúvidas e ansiedade são parte do processo. O desejo de ser mãe para muitas mulheres com problemas de fertilidade torna-se uma luta diária. A batalha pode durar anos e anos. Mas fato é que a Medicina e seus avanços tem contribuído para ajudar essas mulheres que apresentam dificuldade para engravidar de maneira natural. 

Criada há quase 45 anos, a fertilização in vitro é uma das práticas mais adotadas. Em 2021, foram 45.952 mil procedimentos no país, uma alta de 32,7% comparada ao ano anterior. Os dados são do Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O ano era 2007. A jornalista Cristine Soares, hoje com 42 anos, recorda como foi a descoberta sobre ter problemas para engravidar. Depois de se submeter a vários tratamentos, veio a notícia da sua primeira gestação. No entanto, a alegria de ser mãe não durou sequer um dia. O bebê prematuro, vindo ao mundo com uma grave cardiopatia, faleceu 24 horas após o nascimento.

Casada com o pai da criança, à época, conta que precisou enfrentar dois lutos. O marido entrou em quadro de depressão e o casamento chegou ao fim. “Depois de seis anos terminou por conta da morte do nosso bebê. Meu companheiro adoeceu e nossa relação findou. Foi tudo muito difícil”, lembra a apresentadora de televisão e influenciadora.

A segunda gestação, da filha Natália, veio alguns anos depois fruto de uma nova união. “Quando descobri que eu estava grávida, fiquei muito feliz e realizada”, relembra. No entanto, antes da chegada da primogênita, outras duas perdas gestacionais marcaram a vida da jornalista. “Natália foi a melhor coisa da minha vida, foi uma grande prova de amor de Deus. E a resposta de todas as minhas orações. Confiei muito no tempo dele e nunca perdi as esperanças”, diz a mãe.

Após a chegada de Natália, Cristine ganhou outro presente: sua caçula. “Hoje eu tenho duas filhas e foram seis gestações. Digo as mães tentantes que confie no tempo de Deus. Tive um longo aprendizado durante essa espera e cogitei outras possibilidades de maternidade como adoção, mas Deus às vezes arruma formas diferenciadas para que a gente possa sentir a maternidade, então eu persisti o comecei a procurar alternativas para realizar o meu sonho”, fala emocionada.

As lutas não param por aí. Há alguns meses, Cristine descobriu um câncer de mama. A cirurgia e os tratamentos de quimioterapia e radioterapia foram encarados com a mesma esperança. Ainda na fase de remissão da doença, ela segue firme e forte realizando terapias e mentorias para mulheres. “Venho fortalecendo pessoas, encorajando mulheres, através dos meus livros e mentorias. Também tenho desenvolvido um trabalho muito forte com objetivo de impulsionar mulheres empreendedoras”, diz.

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Causas e tratamentos - A médica ginecologista especialista em reprodução humana e fertilização, Gérsia Viana, explica que geralmente disfunções hormonais alteram a ovulação, impedindo a gravidez. Nas listas dos problemas mais comuns estão a endometriose, que é a implantação de tecido endometrial fora da cavidade uterina; obstrução das trompas devido a alterações provocadas por bactérias sexualmente transmissíveis; idade materna avançada, principalmente após os 40 anos; malformações uterinas; pólipos endometriais; miomas submucosos, que são aqueles posicionados dentro do útero. “Todas essas questões estão relacionadas com a dificuldade para engravidar”, frisa.

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Sobre a ansiedade, sintoma emocional quase sempre presente nos casos de infertilidade, a médica destaca a importância de minimizá-la. “Quando a paciente tem acesso às informações detalhadas sobre o seu diagnóstico e tipos de tratamento consegue ter mais tranquilidade. É difícil excluir completamente fatores que levam à ansiedade e não podemos atribuir a dificuldade em obter uma gravidez, apenas a fatores emocionais”, assinala a especialista.

Os tratamentos, segundo a especialista, variam de acordo com a gravidade do problema. De acordo com a médica, os casos mais simples, como problemas ovulatórios, podem ter indicação do coito programado, que é a utilização de medicações para promover a ovulação. “O casal é orientado em relação ao melhor momento para ter relações sexuais”, explica.

Um outro tratamento é a inseminação intrauterina, uma técnica de baixa complexidade indicada quando existe dificuldade para gravidez em mulheres com até 35 anos, com trompas normais. “Para esse procedimento também é necessário um espermograma adequado, ou seja, a avaliação da capacidade reprodutiva do homem”, detalha.

Já a fertilização in vitro é uma técnica de alta complexidade, indicada principalmente quando existe comprometimento das trompas, endometriose em estágio avançado, idade materna acima dos 35 anos e espermograma muito alterado. Nesse caso, após o estímulo hormonal ovariano, os óvulos são aspirados, por via transvaginal, e a fertilização ocorre no laboratório; os embriões são transferidos para o útero materno após a preparação do endométrio.  

“Depende, principalmente, da idade da mulher ao realizar a coleta dos óvulos; a qualidade dos espermatozoides também é importante; mulheres com até 35 anos, com boa quantidade de óvulos, têm cerca de 60% de chance de sucesso com a fertilização in vitro”, explica a médica.

Questionada sobre as histórias das pacientes, ela revela que são sempre emocionantes. “Alguns anos atrás, recebi um casal muito desgastado que já tinha feito seis tentativas de tratamentos frustrados. Foi difícil fazê-los recuperar a esperança, mas após muito esforço, o casal conseguiu a tão sonhada gravidez. É um trabalho muito gratificante”, finaliza a especialista em reprodução humana.

Conheça um pouco mais sobre a história da jornalista Cristine Soares, 42 anos, que perdeu quatro filhos, é mãe de duas meninas e enfrenta o estágio final de um câncer:

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