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Grupo religioso tenta invadir hospital contra aborto de menina grávida aos 10 anos

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Vítima de estupro foi transferida ao Recife neste domingo (16)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 16/08/2020, às 19h29   Henrique Brinco


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Um grupo de religiosos tentou invadir um hospital no Recife (PE), no início da noite deste domingo (16), para protestar contra a interrupção da gravidez de uma menina de 10 anos, estuprada pelo tio de 33. Ela foi transferida ao local após o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, em Vitória (ES), se recusar a fazer o procedimento.

A Polícia Militar foi enviada ao local para controlar a situação. O grupo foi convocado pelas redes sociais após a ativista de extrema-direita Sara Giromini (conhecida como Sara Winter) divulgar a identidade da vítima - contrariando as leis de proteção de crianças e adolescentes. O protesto e a divulgação da identidade da menina causou revolta nas redes sociais.

Entenda o caso
A informação sobre a autorização judicial para o aborto foi antecipada pela TV Gazeta, afiliada da TV Globo no estado. No despacho, publicado na última sexta-feira (14), o juiz da Vara da Infância e da Juventude da cidade de São Mateus, Antonio Moreira Fernandes, determinou que a criança seja submetida ao procedimento de melhor viabilidade para preservar a vida da vítima.

Para respaldar sua decisão, o juiz disse em seu despacho que atendeu ao desejo da vítima, que não quer dar continuidade à gestação. De acordo com a legislação brasileira, o aborto é autorizado em casos de gravidez resultante de estupro, desde que o procedimento tenha consentimento da gestante ou, em caso de incapaz, de seu representante legal.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, buscas foram feitas em cidades do interior da Bahia, onde residem os familiares do suspeito, mas a polícia informou que o paradeiro dele é desconhecido.

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