Justiça

“A gente espera que ele não pegue menos de 20 anos”, diz Davi Gallo sobre acusado de matar Moa do Katendê

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Paulo Sérgio é acusado por homicídio nas modalidades tentada e consumada  |   Bnews - Divulgação Aline Reis/BNews

Publicado em 21/11/2019, às 09h16   Aline Reis e Yasmin Garrido


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O promotor do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Davi Gallo, responsável pela acusação de Paulo Sérgio Ferreira de Santana, apontado como assassino de Mestre Moa do Katendê, disse ao BNews que a expectativa é que o júri popular condene o réu a, pelo menos, 20 anos, nesta quinta-feira (21).

“O crime foi cometido por motivo fútil, em uma discussão sem importância, na qual o acusado tomou-se de um instinto assassino, teve tempo de premeditar o crime, vai até a residência, pega uma faca e pega a vítima de costas, sem ter chance de defesa. Um crime covarde, que eu sei que a sociedade vai dar a resposta à altura”, disse o promotor.

Ainda segundo Davi Gallo, existem duas acusações de homicídio, uma na modalidade consumada e outra tentada, já que o réu também é acusado de desferir golpes de facas contra Germínio do Amor Divino Pereira. “A pena máxima para cada crime é de 30 anos”, explicou. Para ele, as condições em que os crimes foram cometidos dão, praticamente, a certeza de que vai haver uma condenação.

Adiamento
A sessão do júri popular foi marcada, inicialmente, para o dia 11 de setembro, mas precisou ser adiada a pedido da defensoria pública. O crime foi cometido no dia 8 de outubro de 2018, logo após o resultado do primeiro turno das eleições. Para Davi Gallo, o julgamento deveria ter acontecido nesta quarta-feira (20).

“Na verdade, eu queria que esse júri tivesse sido feito ontem, no Dia da Consciência Negra. Nós temos hoje um acusado negro e uma vítima negra, mas nós não podemos esquecer a importância de Moa para a cultura brasileira. Com a morte de Mestre Moa, o Brasil perdeu um de seus grandes mitos e hoje nós vamos buscar a justiça, apesar de não podermos trazê-lo de volta”, disse o promotor.

Desde a ocorrência do crime, Paulo Sérgio está preso preventivamente, apesar dos inúmeros pedidos feitos pela defesa do réu para a concessão da liberdade provisória. Para Davi Gallo, as negativas aconteceram, porque o réu representa um perigo para a sociedade. “Ele já tentou matar um adolescente e isso consta nos autos. Infelizmente não podemos trazer Moa de volta, mas podemos buscar justiça”, concluiu.

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