Meio Ambiente

Desmatamento em julho cresce 278%, apontam dados do Inpe

Lalo de Almeida/Folhapress
Em junho deste ano, o Deter apontou crescimento de 88% no desmatamento em relação a junho de 2018  |   Bnews - Divulgação Lalo de Almeida/Folhapress

Publicado em 07/08/2019, às 05h46   Folhapress


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O desmatamento na Amazônia em julho deste ano teve crescimento de 278% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que visa ajudar o Ibama a combater o desmatamento. Em junho deste ano, o Deter apontou crescimento de 88% no desmatamento em relação a junho de 2018.

Os dados do Deter que mostram o crescimento da destruição na Amazônia abriram uma crise entre o Inpe e o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que culminou com a exoneração, na última sexta, do diretor do instituto, Ricardo Galvão. Bolsonaro se mostrou irritado com a divulgação dos dados e chegou a afirmar que Galvão poderia estar a "serviço de alguma ONG".

Galvão defendeu os dados de desmate do instituto e respondeu aos ataques pessoais de Bolsonaro. "Ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim", disse Galvão, no dia 20 de julho.

O governo Bolsonaro continuou a atacar os dados do Inpe. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, e Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, se manifestaram contra informações do desmate produzidas pelo Inpe. Na segunda, Bolsonaro afirmou que "maus brasileiros" divulgaram "números mentirosos" sobre o desmatamento na floresta Amazônica.

Pontes, também na segunda, anunciou um militar, Darcton Policarpo Damião, para a direção interina do Inpe. O oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) acumula especializações em instituições brasileiras e também estrangeiras, como as universidades de Harvard e Michigan, segundo seu currículo Lattes.

Com MBA em gestão empreendedora pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Damião fez mestrado em sensoriamento remoto pelo próprio Inpe e doutorado pela Universidade de Brasília, onde produziu uma tese sobre técnicas de análise de projeções de desmatamento na Amazônia. Aviador graduado pela Academia da Força Aérea e atual diretor do Instituto de Estudos Avançados da FAB, Damião também teve passagens pela direção de empresas do setor de mineração. Já dirigiu a área de tecnologia da Vale e também assumiu a direção de pesquisa e inovação da siderúrgica Usiminas.

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