Meio Ambiente

Noruega anuncia bloqueio de verbas para o Fundo Amazônia

Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Alemanha também anunciou, no último sábado (10), que suspenderia mais de R$ 150 milhões do financiamento de proteção ambiental para o Brasil por conta do aumento no desmatamento  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 15/08/2019, às 22h24   Folhapress


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O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta (15) que a Noruega suspenderá R$ 133 milhões que seriam destinados para o Fundo Amazônia. Segundo Elvestuen, que se diz preocupado com o aumento do desmatamento, o Brasil quebrou acordo com o país e com a Alemanha ao extinguir conselhos que orientam o fundo.

A Alemanha também anunciou, no último sábado (10), que suspenderia mais de R$ 150 milhões do financiamento de proteção ambiental para o Brasil por conta do aumento no desmatamento.

Em nota, a Embaixada da Noruega diz que, considerando a dissolução dos conselhos que compõem o fundo, não há "fundamento jurídico e técnico para realizar a contribuição anual" ao fundo. As declarações do ministro, dadas ao jornal Dagens Næringsliv, e da embaixada dizem respeito ao decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), de maio, que extinguiu órgãos colegiados da administração pública federal, entre eles os que ordenavam o Fundo Amazônia, o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).

Alguns conselhos extintos foram recriados, mas, para surpresa da Noruega e da Alemanha, o comitê do fundo ficou de fora. Elvestuen diz que os números do desmate estão crescendo significativamente e que o Brasil aparenta não querer parar a destruição.

"A Noruega congelou o seu apoio porque o Brasil descumpriu a sua parte ao não manter o Cofa", diz à reportagem Øyvind Eggen, da ONG Rainforest Foundation Norway (RFN). O modelo de governança do Cofa era formado por três blocos: governo federal, governos estaduais e sociedade civil –incluindo ONGs, criticadas pelo governo Bolsonaro.

Segundo Eggen, a imagem do Brasil na Europa sofreu grande piora nas últimas semanas por causa do aumento no desmate na Amazônia. Ele diz que a má imagem de Bolsonaro já chegou às empresas. "Eles precisam de um governo previsível e também começam a se preocupar."

O desmatamento na Amazônia tem crescido de modo acentuado. A destruição em junho aumentou 88% e em julho 278%, em comparação aos mesmos meses de 2018, segundo dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

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