Meio Ambiente

Aves aparecem mortas na Ilha de Itaparica

Pró-Mar
ONG conseguiu socorrer três animais  |   Bnews - Divulgação Pró-Mar

Publicado em 14/06/2012, às 07h49   Redação Bocão News




Desde a última segunda-feira (11), a Organização Socioambientalista Pró-Mar cuida de três aves da espécie da pardela-de-sobre-branco (Puffinus gravis) que apareceram na praia de Mar Grande, na ilha de Itaparica. Outras 34 aves foram encontradas mortas na mesma localidade.

Os animais ainda com vida foram socorridos pela ONG, conforme orientações do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Eles ainda se encontram na sede da Pró-Mar aguardando remoção pelas entidades responsáveis

De acordo com o vice-presidente da Pró-Mar, James Campbell, os animais foram encontrados por pescadores locais, que indicaram a localização destes para a equipe da ONG. “Nós resgatamos as aves e estamos fazendo o possível para recuperá-los. Só que não possuímos veterinários na nossa equipe. Já entramos em contato com os órgãos responsáveis, mas nenhum pode vir buscar os animais. Estamos tendo muita dificuldade para encaminhá-los”, explicou.



Segundo o mergulhador científico da ONG, José Carlos, que fez as fotos e coletou os animais para enterrá-los, o número de aves mortas pode ser muito maior. "Da Ilhota até a Penha você se assusta com a quantidade de aves mortas. Contabilizamos 34, mas, com certeza, este número é infinitamente superior, pois várias já devem ter sido levadas pelo mar".

Reprodução - Segundo o biólogo Dimas Gianuca, do Projeto Albatroz, essas aves se reproduzem em ilhas remotas do Atlântico Sul durante a primavera e o verão, para depois realizar uma migração para o Atlântico Norte no outono, tendo a região Nordeste do Brasil como via de acesso.

“A aparição destes pássaros é resultado do movimento migratório que ocorre no outono. De abril a junho essas aves devem aparecer com mais frequência e maior abundância no alto mar do Nordeste do País”, explicou.

Ainda conforme o biólogo, o petrel pardela-de-sobre-branco é uma das espécies que mais interagem com as pescarias e, por conta disso, acabam se expondo a incidentes.

“Eles se agregam em volta das embarcações, buscando descartes de pesca e iscas dos anzóis para se alimentar. Nessa atividade, às vezes acabam se prendendo a redes e se afogando ou se machucando com o próprio anzol. Portanto, esses animais mortos e debilitados podem simplesmente não terem resistido à migração ou podem estar sendo impactados por alguma arte de pesca na região”, comentou Gianuca.

A PRÓ-MAR já entrou em contato com a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), Zoológico de Salvador, mas nenhuma destas entidades possuíam veículo disponível para a busca.”Não sabemos mais como proceder. Se eles continuarem aqui, provavelmente irão morrer como os outros”, lamentou James Campbell.

Fotos: ONG Pró-Mar
Nota originalmente publicada às 18h do dia 13


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