Meio Ambiente

BNews ESG: Empresas, associações e fornecedores do setor de alimentos firmam compromisso de sustentabilidade

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Empresas e instituições signatárias demandam transição para Economia Circular do Plástico  |   Bnews - Divulgação Lethicia Galo / CG Imagens

Publicado em 19/11/2023, às 07h31 - Atualizado às 07h52   Cadastrado por Verônica Macêdo


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Brasil produz mais de 500 bilhões de itens de plástico descartável por ano que, em sua maioria, não têm reciclabilidade. Na busca por soluções, dez empresas, associações e fornecedores do setor de alimentos assinaram o Manifesto por um Futuro Livre da Poluição por Plástico. O compromisso foi firmado durante o Seminário “Sustentabilidade à Mesa: alimentando um futuro sem plástico”, realizado pela Oceana, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o iFood.

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Assinam o documento as seguintes associações:

  • Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) - 1,4 mil empresas, 6 milhões de empregos e R$ 500 bilhões em vendas anuais;
  • Associação Brasileira de Produtores de Latas de Alumínio (Abralatas) - 25 fábricas, 17 mil empregos, R$ 18,3 milhões de faturamento;
  • Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel) - 1,2 mil empresas, 244 mil empregos e R$ 41 bilhões em receita/ano;
  • Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) - 49 empresas, R$ 97 bilhões de faturamento/ano e 3,7 milhões de empregos.

Growpack, Marulho, Meu Copo Eco, Tamoios Tecnologia, Já Fui Mandioca e o iFood são as empresas signatárias do documento, que demandam transição para Economia Circular do Plástico.

Maior foodtech da América Latina, o iFood conta com 300 mil estabelecimentos cadastrados, com geração de 730 mil empregos e receita anual de R$ 600 milhões.

A poluição plástica está na pauta de discussões de políticas públicas. No palco internacional, o primeiro rascunho do Tratado Global Contra a Poluição Plástica, juridicamente vinculante, está sendo discutido desde segunda-feira (13), na terceira reunião do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC, na sigla em inglês), em Nairóbi, no Quênia. Esse debate, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai este domingo (19).

Já no cenário nacional, o Projeto de Lei 2524/2022, em análise no Senado Federal, propõe enfrentarmos esse problema com soluções efetivas, através do estabelecimento de medidas de Economia Circular para a produção de itens de plástico no país.

Por meio do manifesto, assinado no dia 26 de outubro, as empresas e associações signatárias defendem a transformação do atual modelo de produção e consumo a partir da adoção de uma abordagem circular, na qual produtos e embalagens sejam reintegrados à cadeia produtiva. Além disso, se comprometem a buscar alternativas inovadoras e investir em soluções menos poluentes.

“É urgente e necessário que os setores que funcionam como um elo entre o plástico descartável e o consumidor, como é o caso do setor de alimentação, se comprometam com a redução da poluição por plásticos. Mas precisamos ir além: outros importantes atores do mercado de alimentação e de setores como o de cosméticos e higiene pessoal, por exemplo, precisam também assumir a responsabilidade no cuidado com a natureza e a saúde humana”, pontua o oceanógrafo Ademilson Zamboni, diretor-geral da Oceana.

O estudo ‘Fechando a Torneira: Como o mundo pode acabar com a poluição plástica e criar uma economia circular’, do Pnuma, revelou este ano que a poluição plástica pode ser reduzida em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado usando as tecnologias existentes. “Esse estudo revela que a transformação da economia do plástico traz inúmeros benefícios socioeconômicos, entre eles, mais de 700 mil empregos adicionais até 2040”, explica o representante do Pnuma no Brasil, Gustau Máñez Gomis. Segundo o relatório, impulsionar o mercado de produtos reutilizáveis em vez de uma economia descartável é a mudança de mercado mais potente e pode reduzir a poluição plástica em 30% até 2040.

Além de políticas públicas que estabeleçam que todo produto ou embalagem produzido no país deve estar apto à reinserção no modelo produtivo, através de sistemas de reuso, reciclagem ou compostagem, o Manifesto também pede soluções a preços acessíveis e remuneração digna para os trabalhadores da reciclagem.

Catadores e catadoras desses materiais devem ser reconhecidos pelo serviço prestado à sociedade, com a sua inclusão no programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Todas essas medidas estão em consonância com o PL 2524/2022, que conta com a mobilização pública da campanha Pare o Tsunami de Plástico, já apoiada por 78 organizações da sociedade civil.

O preço de produtos e embalagens alternativas é um dos entraves para o fim da poluição plástica, justamente porque o plástico tem custo menor - já que o seu custo social e ambiental não é contabilizado.

O Manifesto aponta que a demanda dos consumidores brasileiros por materiais sustentáveis será mais rapidamente atendida quando as alternativas alcançarem preços competitivos. Para isso, é preciso criar incentivos que favoreçam as escolhas de matérias-primas de fonte renovável, com altos índices de reciclagem e sistemas de reuso e reenvase.

Nesse sentido, Alexandre Lima, gerente de Sustentabilidade do iFood, afirma que “o foodservice é um setor potente da economia brasileira. Estamos comprometidos para que essa força possa também acelerar o processo de redução do plástico nas embalagens e que gere escala para a produção e o uso de embalagens mais sustentáveis, principalmente, no delivery".

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