Meio Ambiente

COP29: Brasil tem recorde em 2024 no número de queimadas; entenda

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dados foram apresentados na 29º Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 21/11/2024, às 07h52   Publicado por Vagner Ferreira



O Brasil contabilizou, entre janeiro e outubro de 2024, um número recorde de 27,6 milhões de hectares de queimadas em áreas florestais, de acordo com informações do Monitor do Fogo do MapBiomas. Ao todo, são 6,7 milhões de hectares na Amazônia, com maiores casos no Mato Grosso, Pará e Tocantins, correspondendo a 56% do total. Os dados foram apresentados na 29º Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.

Segundo reportagem do Jornal O Globo, o número é dez vezes maior do que o de desmatamentos em relação à taxa Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registrou 650 mil hectares de agosto de 2023 a julho de 2024.

Os índices tanto de queimadas, quanto de desmatamentos são os maiores desde 2019 desde que o Monitor do Fogo passou a ter atuação.

A diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, avaliou que, neste ano, a prática inapropriada no solo ambiental foi além do que a esperada. “Queimar pastagem é mais normal. Mas esse ano queimou principalmente vegetação nativa e floresta. Estamos felizes com a redução recente da taxa de desmatamento, mas olha o tanto de floresta sendo impactada pelo fogo, sendo degradada”, ressaltou.

Para Ane, o assunto ganhou mais notoriedade com as negociações na COP29, que teve como discussão a redução dos gases de efeito estufa. A diretora do Ipam destaca que 55% das queimadas começaram em áreas de pastagens e 25% em áreas florestais. 

O MapBiomas disse em nota que houve “um avanço preocupante da destruição em regiões naturalmente preservadas”. Segundo o levantamento, o registro de solos afetados pelas queimadas, contabilizando áreas além das florestas, foi de 15,5 milhões de hectares.

A Amazônia liderou as queimadas do país, com 55% ou 15,1 milhões de hectares, equivalente a 21% do total de 2024. Em seguida ficou o Cerrado, com 9,4 milhões de hectares de área queimada, com elevação de 97% em comparação ao ano passado.

Depois, ficou o Pantanal, com 1,6 milhão de hectares a mais ou 1.017% maior que no mesmo período de 2023. Já na Mata Atlântica o índice foi de 993 mil hectares, com 71% em áreas agropecuárias. Dentre os biomas, as maiores reduções foram no Pampa e na Caatinga. Os estados com maiores índices foram o Mato Grosso, Pará e Tocantins, com 56% das queimadas do país.

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