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Humanizar para Proteger: Deam cria projetos para coibir violência doméstica; crime tem aumento de 8 mil denúncias em 2019

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Em 2018, foram registradas 28.439 denúncias. Já em 2019, esse número aumentou para 35.769 registros, pelo Ligue 180, ou seja, um aumento de 7.330 denúncias, em ambos os anos e no mesmo período: janeiro a junho  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 10/10/2019, às 11h26   Yasmim Barreto


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A violência doméstica e familiar registrou números alarmantes em um comparativo entre os anos de 2018 e 2019. Segundo a publicação do Fiquem Sabendo, através de dados do Sistema Integrado de Atendimento à Mulher (SIAM) e do Sistema de Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (SONDHA), em 2018, foram 28.439 denúncias. Já em 2019, esse número aumentou para 35.769 registros, pelo Ligue 180, ou seja, um aumento de 7.330 denúncias, em ambos os anos e no mesmo período: janeiro a junho. Em Salvador, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam/Periperi) implementou dois projetos para minimizar e coibir os impactos desse crime: Maria no Bairro e Abraço. 

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Nesta reportagem do Humanizar para Proteger, o BNews mostra como o projeto ‘Maria no Bairro’ atua através dessa relação estabelecida entre a polícia e a comunidade. De acordo com a delegada titular da Deam, de Periperi, Simone Moutinho, são realizadas palestras na delegacia ou nas comunidades, nas quais a delegada explica sobre a Lei Maria da Penha e a violência doméstica, junto às convidadas como promotoras ou juízas. O ‘Maria no Bairro’ já atuou em Cajazeiras, São João do Cabrito e o próximo acontecerá em Paripe. 

‘’O importante é a informação chegar. Porque quando a mulher reconhece que está sendo vítima nasce nela a vontade de denunciar e quebra o ciclo da violência, e quando isso acontece você evita o feminicídio’’, explicou Moutinho.

O que a assistente social da Deam, Thais Sacramento, reiterou: a partir de mais informações elas se encorajam e buscam fazer denúncias. Formar multiplicadores no bairro é a maior razão desse projeto para encorajador a denunciar. 

Já no projeto ‘Abraço’, os homens agressores, em sua maioria já autuados, são convidados a participar de quatro reuniões com psicólogas e assistente social. Nas ocasiões, a equipe multidisciplinar destacam as agressões que eles cometeram e quais as consequências na vida das vítimas. ‘’Eles normalmente têm resistência a vim e continuar, mas eu acredito que se você planta uma sementinha já é um passo’’.  Ao BNews Thais Sacramento informou que cerca de 35 homens já participaram do ‘Abraço’.  

Líder comunitária é ponte entre polícia e comunidade – A imagem de inacessibilidade da Polícia Militar à população cair por terra com a ajuda da líder comunitária de Periperi, Marizete Pires, agente de saúde. À reportagem, Marizete contou que começou a atuar no combate a violência doméstica, em Periperi, através da rede Mulher para Mulher e, a partir disso, as informações a cerca da Lei Maria da Penha começaram a chegar para outras mulheres. 

‘’Aproximamos a polícia da comunidade no sentido de entender melhor a polícia, o que se passa aqui dentro (na Deam) e, também, instruindo sobre quais são os direitos, o que é a violência, como deveria denunciar. Muitas não sabiam essas coisas’’.  

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