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Jornais estrangeiros incentivam funcionários a trabalhar de casa e derrubam paywall de reportagens sobre coronavírus

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The New York Times, Washington Post e Clarín e outros já adotaram a medida  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/03/2020, às 11h25   Folhapress


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O The New York Times pediu na quarta-feira (11) que seus funcionários trabalhem de suas casas por dez dias como resposta à pandemia do novo coronavírus.

“Nós achamos que limitar as viagens de e para o escritório e limitar o número de funcionários que entram em contato com outros é do maior interesse de todos neste momento”, afirma o comunicado do publisher A.G. Sulzberger e do diretor-executivo Mark Thompson.

“Esta é uma das maiores e mais abrangentes histórias que nós cobrimos em uma geração e é também uma história que está afetando muitos de nós diretamente.”

O Washington Post fez a mesma recomendação a seus contratados na terça-feira (10). “Decidimos incentivar (mas não obrigar) os funcionários a trabalhar de casa, se sua função e suas necessidades de equipamentos possibilitarem”, afirma o comunicado de Fred Ryan, publisher do Post.

O jornal, como outros veículos da região de Washington, já havia recomendado que jornalistas que cobriram a última CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), realizada de 26 a 29 de fevereiro no entorno da capital, trabalhassem em suas casas por sete dias, depois que um dos participantes do evento foi diagnosticado com o novo coronavírus. Visitas à Redação do Washington Post, eventos e viagens não essenciais também foram canceladas.

O New York Times decidiu suspender o paywall, mecanismo que limita o número de textos acessíveis a não-assinantes, do conteúdo sobre a pandemia. Outros veículos estrangeiros também desligaram o paywall de textos sobre o assunto, como os americanos The Atlantic e Wall Street Journal, os canadenses The Globe and Mail e Toronto Star e o português Público.

O argentino Clarín comunicou na quarta-feira (11) que passou a oferecer acesso ilimitado a todos os textos sobre a pandemia “por se tratar de um tema de saúde pública e de alto interesse”.

Medidas desse tipo já tinham sido adotadas por veículos de imprensa de regiões mais afetadas pela epidemia, de acordo com informações da Associação Mundial de Jornais e Publishers de Notícias.

O Straits Times, principal jornal de Singapura, dividiu a equipe em duas, que alternam entre trabalhar em casa e na Redação a cada duas semanas.

O South China Morning Post, de Hong Kong, tem metade de seus funcionários trabalhando remotamente e pretende retomar o trabalho presencial na Redação de todos os jornalistas nas próximas semanas, desde que não apresentem sintomas da doença. Os que estiveram na China continental terão que esperar duas semanas antes de voltar à Redação.

Na Itália, país com o maior número de casos depois da China, a RCS Media, que publica o Corriere dela Sera, um dos mais importantes jornais do país, e o diário esportivo Gazzetta dello Sport, declarou que todos os jornalistas foram equipados com notebooks e softwares de reuniões remotas, caso a Redação precise ser fechada.

Nesta semana, empresas de tecnologia dos EUA também determinaram, uma após a outra, que funcionários trabalhem de suas casas. Na quarta-feira (11), o Twitter informou que passou a obrigar o trabalho remoto de todos os seus 5 mil empregados.

Na terça-feira (10), o Google pediu a todos os funcionários dos EUA e Canadá que trabalhem de suas casas, e ampliou a recomendação para os contratados na Europa, Oriente Médio e África a partir desta quinta-feira (12). No fim de janeiro, a empresa fechou todos os seus escritórios na China, que sofreu o primeiro surto da pandemia.

Tim Cook, presidente-executivo da Apple, fez a mesma recomendação de trabalho remoto no domingo (8) a funcionários de diversos escritórios globais.

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