Shala Jahed, ex-amante de um popular jogador de futebol do Irã da década de 90, foi executada na manhã de quarta-feira (1º) em Teerã, apesar de apelos internacionais por clemência. Ela foi enforcada ao amanhecer no pátio da Prisão de Evin.
Presa há nove anos, a iraniana tinha sido condenada pelo assassinato da mulher de Naser Mohammadkhani, estrela do futebol que alcançou fama nos anos 80 e 90, Laleh Saharkhizan. Shala foi acusada de ter esfaqueado a rival. Sua condenação foi baseada na sua suposta confissão, que a iraniana sustentou ser falsa durante um julgamento público.
Jahed era considerada uma “esposa temporária” do jogador. Autorizado pela lei iraniana, um casamento temporário pode durar de alguns dias a alguns anos, desde que o marido arque com as despesas da mulher. A união pode, em seguida, ser anulada ou renovada.
Críticos do regime iraniano qualificam o casamento temporário como uma forma de prostituição legalizada. No Irã, homens podem ter até quatro esposas permanentes e quantas temporárias desejarem.
Já as mulheres podem se casar apenas com um homem. Após ser presa, Jahed passou um ano se recusando a falar com as autoridades. Durante o período, ela foi mantida diversas vezes na solitária.
Integrantes da Anistia Internacional informaram haver provas consideravelmente boas de que Shala Jahed foi condenada erroneamente. O caso ganhou ainda mais notoriedade após o apelo internacional contra o apedrejamento de Sakineh Ashtiani, iraniana acusada de trair e matar seu marido.
Na época do crime que Jahed foi acusada, o jogador Mohammadkhani também chegou a ser preso por cumplicidade – já que estava na Alemanha no dia do crime –, mas foi liberado após autoridades afirmarem que Shala Jahed havia confessado ter cometido o crime sozinha.
Quando resolveu falar, a mulher fez um protesto durante seu julgamento, aberto ao público: “Se querem me matar, vão em frente. Se me mandarem de volta [à prisão], vou confessar não apenas a morte de Saharkhizan, mas também a de pessoas que foram mortas por outros". (Com informações da Agência Brasil)
