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Brasileiro se declara culpado por morte de brasileira na Argentina

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A justificativa do suspeito foi que cometeu o crime para “proteger sua segurança” e a dos gêmeos que teve com a vítima  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 22/02/2022, às 07h50   Redação


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O brasileiro Fernando Alves Ferreira, 26, confessou na última sexta-feira (18) durante a audiência, ter matado com nove tiros a conterrânea Eduarda Santos, 27, na cidade de San Carlos de Bariloche na Patagônia Argentina. "Me declaro culpado pela morte de Eduarda Santos de Almeida", disse Alves ao juiz Sergio Pichetto, que determinou sua prisão preventiva por quatro meses.

De acordo a apuração da Folha de São Paulo, a justificativa do suspeito foi de que cometeu o crime para “proteger sua segurança” e a dos gêmeos que teve com a vítima. Segundo Alves, ela estaria envolvida com traficantes no Rio de Janeiro, onde vivia previamente.

Eduarda foi encontrada morta dois dias antes, na quarta-feira (16), na estrada Circuito Chico. O local fica na zona do Lago Escondido, a poucos metros da estrada que leva ao hotel Llao Llao, centro turístico de luxo da região, onde Alves trabalhava. No início, a polícia afirmou desconfiar de um assalto.

Segundo a investigação, Alves, com o seu marido, um homem de nome Marcelo (seu sobrenome não foi revelado), havia contratado Eduarda para atuar como barriga de aluguel. Marcelo teria morrido de Covid-19. Desde então, Alves e Eduarda, com as duas crianças, conviviam na mesma casa. Havia também um terceiro bebê, fruto da relação de Eduarda com uma pessoa não identificada, no Brasil.

“Fiquei viúvo há sete meses”, afirmou o suspeito, que disse que Eduarda lhe fazia ameaças e que ele se encontrava sem condições financeiras de levar, sozinho, os filhos gêmeos ao Brasil. Porém, entrou em contradição ao dizer que, ainda que preferisse retornar, os supostos vínculos de Eduarda com o narcotráfico no Rio ameaçavam a ele e às crianças, segundo sua versão.

“Se a Justiça argentina mandar meus filhos ao Brasil, estará mandando-os para a morte”, disse ao juiz. As crianças se encontram temporariamente com a cunhada de Alves, que veio do Brasil para auxiliá-lo. Ele é paulista. “Não me importo em pegar uma perpétua, mas quero meus filhos em segurança. ”

Na Argentina, o recurso de barriga de aluguel é proibido por lei.

Durante a audiência, Alves disse estar “arrependido de ter matado alguém” e pediu “assistência psicológica”.

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A procuradoria local afirma que estão sendo submetidas à perícia as imagens das câmeras de segurança que mostram a movimentação de ambos na noite de quarta-feira. Inclusive, a arma usada no crime foi encontrada na ponte de Dos Morenos, perto do local do femicídio. Na casa em que Alves e Eduarda viviam, havia uma caixa de munições em que faltavam 19 balas.

Segundo a autópsia, a vítima foi morta com seis balas no pulmão, as demais atingiram braço, pernas e o rosto.

Também foram identificadas feridas em seu corpo que indicam a possibilidade de uma briga e de ela ter sido atacada antes de morrer, talvez buscando sair do carro. O automóvel foi encontrado com manchas de sangue.

A procuradoria afirma que trabalha com a hipótese de um “crime premeditado”.  Os parentes de Eduarda iniciaram os trâmites para levar o corpo e o bebê, filho dela, ao Brasil.

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