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Fronteira de Gaza reabre no domingo, dizem autoridades; brasileiros têm prioridade, mas saída é incerta

Reprodução/Forças de Defesa de Israel
A possível reabertura não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Forças de Defesa de Israel

Publicado em 12/11/2023, às 00h00   DANIELA ARCANJO - FOLHAPRESS


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Depois de mais um dia de trânsito entre a Faixa de Gaza e o Egito suspenso, a autoridade responsável pela fronteira anunciou que a passagem de Rafah, que liga os dois territórios, será reaberta no domingo (12) para quem tiver passaporte estrangeiro.

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A possível reabertura, porém, não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra há mais de um mês. Isso porque, embora o Brasil tenha prioridade, de acordo com o embaixador brasileiro em Israel, ambulâncias têm a prerrogativa de passar em primeiro lugar e não se sabe quantos veículos com feridos aguardam na fronteira.

"Por determinação do Egito, primeiro passam as ambulâncias e em seguida saem os estrangeiros", afirmou Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel, à Folha. "Essa expectativa de que eles saíssem existia ontem e hoje, mas não aconteceu. Temos essa expectativa amanhã também, e eu espero que aconteça."

Entre os estrangeiros, segundo Meyer, não há uma lista hierarquizada. "O que nós temos é a garantia dos israelenses de que nós seríamos os primeiros", afirma o embaixador.

Rafah é a única saída de Gaza que não é controlada por Israel, ainda que o país tenha poder de veto sobre o processo. Após um período aberta, a passagem foi fechada durante a tarde de quinta (9) devido a suspeitas de que o Hamas tivesse infiltrado combatentes como motoristas de ambulâncias que levam feridos graves para o país africano.

Na última sexta-feira (10), de acordo com Meyer, passaram cinco ambulâncias, e depois o posto foi fechado novamente. O oficial palestino responsável pela fronteira disse à agência de notícias Reuters que a suspensão ocorreu devido a problemas para transportar resgatados por motivos médicos.

Os brasileiros não estavam nas seis primeiras levas de autorizados, e foram incluídos apenas na sexta, após uma angustiante espera de pouco mais de um mês. Das 34 pessoas, 24 são brasileiras natas, 7 palestinas em processo de imigração e 3, parentes próximos deste último grupo. Ao todo, são 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens.

Eles estão em duas casas: uma na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, e outra a um quilômetro da fronteira. Quando o grupo receber luz verde para sair do território, dois ônibus passarão nos dois pontos antes de seguir para a fronteira.

Em solo egípcio, eles receberão atendimento por uma equipe com médico, enfermeiro e psicólogo enviada pelo Brasil. A viagem de repatriação começa com um trajeto de cinco horas de ônibus com destino ao Cairo ou um caminho mais curto, para a base de Al Arish. O avião VC-2, a versão operada pela Força Aérea para a Presidência do Embraer-190, poderá estar em um dos dois pontos. Eles então seguirão para Roma, Las Palmas, Recife e, enfim, Brasília.

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