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Morre primeiro homem a receber implante de coração de porco após dois meses do procedimento

University of Maryland School of Medicine
O implante de coração de porco foi realizado no início deste ano  |   Bnews - Divulgação University of Maryland School of Medicine

Publicado em 09/03/2022, às 14h40   Redação BNews


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O primeiro homem que recebeu um transplante com um coração de porco geneticamente modificado morreu, nesta terça-feira (9), os 57 anos, após dois meses do procedimento. Identificado como David Bennett, realizou a cirurgia em janeiro deste ano, no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore, nos Estados Unidos, segundo a publicação do G1.

"Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção", declarou Bennett um dia antes da operação. O paciente passou os meses anteriores ao procedimento na cama e ligado a uma máquina de suporte à vida.

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Na ocasião, Bennet conseguiu a autorização de emergência, através da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) americana, similar à Anvisa no Brasil, para a cirurgia na véspera de Ano Novo.

De acordo com a publicação, era a última chance para um paciente que não estava apto para um transplante convencional.

"Esta foi uma cirurgia revolucionária e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos", disse Bartley Griffith, que transplantou o coração do porco.

O coração de porco

O que pertencia a um rebanho, o porco doador passou por uma técnica de modificação genética. O procedimento buscou remover um gene que poderia desencadear uma forte resposta imune de um ser humano e, assim, causar a rejeição do órgão.

A modificação foi realizada pela empresa de biotecnologia Revivicor, que também forneceu o porco usado em um transplante de rim inovador feito em um paciente com morte cerebral em Nova York, em outubro de 2021.

O órgão doado permaneceu em uma máquina de preservação antes da cirurgia, e a equipe também usou um novo medicamento, um composto experimental, junto com outras substâncias convencionais para suprimir o sistema imunológico e impedir a rejeição do coração.

Atualmente, as válvulas cardíacas de porco já são amplamente utilizadas em humanos, e a pele de porco é enxertada em pessoas que sofreram queimaduras. Eles são animais doadores ideais devido ao seu tamanho, crescimento rápido, ninhadas grandes e ao fato de estarem prontamente disponíveis, sendo criados para alimentação.

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