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Na Sombra do Poder: Os desconfortos do secretariado de Bruno 

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Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ Reprodução/ Redes sociais

Publicado em 26/11/2020, às 05h00   Editoria de Política


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Desconfortos da mudança 
A montagem do secretariado de Bruno Reis vai contar com peças que já estão na pista do governo de ACM Neto, mas com uma dança das cadeiras que, em certa medida, causa desconfortos para algumas figuras, a começar por Leo Prates, que não vê a hora de deixar a Secretaria da Saúde. Mas vai ter que adiar os planos de retornar para o mandato na AL-BA e deve mesmo desembarcar na Sedur, que está sob os cuidados de Guanabara desde a saída de Silvio Pinheiro para o FNDE. A bomba da Saúde, pelo jeito, vai cair no colo de Fábio Mota, que vai deixar a Mobilidade sob os cuidados de Fabrizzio Muller, segundo apontam as tendências. Já o Republicanos vai ser premiado com a Educação e pleiteia mais uma pasta a reboque. Bruno Barral, com perfil polivalente, deve ser aproveitado em outro lugar. 

Confiança

Ana Paula Matos, vice, pode ficar com a Casa Civil por causa da confiança que tem de Bruno, que pode ainda puxar Kiki Bispo - o vereador mais 'brunista' da nova CMS - para integrar o secretariado e folgar espaço para um suplente do DEM. 

Dias contados

Quem está na corda bamba e deve ser rebaixado a subsecretário ou à invisibilidade do segundo escalão é Pablo Barrozo. Ele assumiu a Secult quando Tinoco retornou à Câmara para tocar a campanha de reeleição, mas dizem que ele acumula dissabores com a equipe da pasta, do porteiro ao analista mais graduado. Resumo da ópera: está com os dias contados. Tinoco deve realmente voltar para abrir vaga para Palhinha, que ficou como suplente. 

Peso morto
Apesar da campanha afortunada, Alberto Pimentel não conseguiu atravessar a rua e subir as escadarias da CMS. Vai ficar como um peso morto na gestão de Bruno porque é aliado. Pode continuar na Semtel, mas não será surpresa se for realocado para uma posição menor, correspondente à performance que teve nas urnas.

Herzem e os arranca-rabos internos

A campanha de Herzem Gusmão pode conseguir uma façanha nessa reta final do segundo turno em Vitória da Conquista: colocar ACM Neto e Roberto Jefferson no mesmo palanque. O petebista, figura carimbada do esquema do mensalão, pairou sobre a Suíça baiana arrotando impropérios, reforçando o viés bolsonarista, o que soou como música aos ouvidos de Herzem, mas fez ataques severos ao prefeito de Salvador, que é o aliado regional mais importante do emedebista. Herzem se esquiva dos arranca-rabos internos e tenta chegar vivo domingo nas urnas. 

Vira folha 
Targino Machado colocou uma dose cavalar de emoção no segundo turno de Feira de Santana com a declaração de apoio a Zé Neto. Foi a maior virada de folha que se tem registro nos últimos séculos. Só não vai levar o Oscar sozinho porque Dayane Pimentel, a ex-federal de Bolsonaro, também se rendeu aos encantos petistas na Princesa do Sertão. 

Era uma vez o 17
A moça do 17 agora é 13! Só falta mesmo colocar a estrela vermelha no peito para contrariar de vez o discurso que fez criticando petistas baianos na tribuna da Câmara dos Deputados no dia 13 de março de 2019, cujo vídeo consta em seu canal do YouTube. 

#tbt da lembrança
"Eu, professora Dayane Pimentel, serei oposição sempre, porque sou do lado do meu Brasil [...] O vermelho ainda está na Bahia e, se Deus quiser, eu vou ajudar a limpar como ajudei a limpar o vermelho da nossa bandeira do Brasil".

Professora em contradição
Dayane Pimentel não gostou de ter reveladas as conversas de pé de ouvido com o grupo petista baiano para apoiar o candidato Zé Neto (PT). Tratou de ir às redes sociais para negar tudo. Contudo, entrou em contradição ao dizer que, por ser parlamentar, "tem que dialogar com forças do Estado, seja direita ou de esquerda". 

Labirintite eleitoral
E Geilson, minha gente? Dizem que ele ainda está tonto com o vai e vem político entre as bases de ACM Neto e Rui Costa. Vai curar a labirintite eleitoral sentado em uma das cadeiras da Assembleia, pela qual vendeu o passe para o grupo de Colbert. 

Orçamento à deriva
A AL-BA deve retomar os trabalhos de verdade após a votação do segundo turno, mas só Deus sabe quando é que os deputados vão encarar os textos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). O orçamento bilionário do governo da Bahia para 2021 está à deriva no Legislativo estadual e sem previsão de resgate. 

"Cara dura"

A "cara dura" do senador Angelo Coronel (PSD) não é novidade pra ninguém. O parlamentar, mais uma vez, não teve vergonha do óleo de peroba e orientou a defesa da coligação "Vamos Cuidar de Gente", da qual sua esposa Eleusa fazia parte ocupando a vaga de vice em Salvador, a enviar ofício cobrando investigação da CPMI das Fake News sobre uma suposta fake news contra a chapa. Detalhe: Coronel é o presidente da comissão. Quer mais conflito de interesse do que esse? 

Daminha de Ferro 
Cibele Carvalho, a ex-Dama-de-Ferro da Serin, venceu a prefeitura de Rafael Jambeiro e ainda emplacou a herdeira como vereadora daquela cidade. A resenha que corre pelo zap é que, se depender da mãe, a moça pode ser uma espécie de Daminha-de-Ferro no Legislativo. 

Ouvindo vozes
Em meio à coletiva do lançamento do réveillon de Salvador, uma voz ecoou chamando o nome de Bruno, insistentemente. Prontamente, o prefeito eleito ficou a procurar quem o chamava e arrancou risos dos presentes. Quem chamava não foi identificado e nem mesmo se os chamados eram para Bruno Reis, mas mostra que o homem está de orelha em pé. 

Cafezinho no Palácio

A vereadora eleita Debora Santana não perdeu tempo e já foi logo tomar um "cafezinho" no Palácio Thomé de Souza com o prefeito eleito Bruno Reis. O que chama a atenção é que ela é do Avante, partido do Pastor Sargento Isidório, derrotado por Bruno e da base do governador Rui Costa (PT). A oposição até tentou atraí-la para a bancada, mas parece que a edil quer adotar uma postura mais pragmática. 

Cheias de sonhos
Maria Marighela (PT) e Laina Crisóstomo (PSOL) revelaram em entrevistas ao programa "Fato & Opinião", da BNewsTV, estarem cheias de sonhos e projetos para a Câmara de Salvador. Resta saber se manterão as mesmas posturas inegociáveis com o passar do tempo, tendo que lidar com uma oposição menor e pressões de dentro da própria Casa no dia-a-dia. Aguardemos. 

A "mandata" coletiva
Laina Crisóstomo, inclusive, faz parte do coletivo "Laina Pretas por Salvador", formado por ela e mais duas mulheres. E elas criaram um novo termo para classificar o arranjo: terão uma "mandata" (e não um "mandato"). A terminologia faz lembrar o “presidenta” Dilma.

Classificação Indicativa: Livre

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