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Comércio reabre em Porto de Galinhas após onda de violência

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A onda de violência começou após uma criança morrer em uma troca de tiros  |   Bnews - Divulgação MTur

Publicado em 03/04/2022, às 16h41   João Pedro Pitombo/ Folha Press


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O comércio do balneário de Porto de Galinhas, localizado em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, reabriu neste sábado (2). A localidade enfrenta desde a última quarta-feira (30) uma escalada de violência que provocou pânico entre moradores e comerciantes.

A onda de violência eclodiu após a morte, na quarta (30), da menina Heloísa Gabrielle, 6, baleada na comunidade Salinas. Ela brincava no terraço da casa da avó quando foi atingida. A criança chegou a ser socorrida para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.

Moradores acusam a Polícia Militar de ter entrado na localidade atirando. A corporação, por sua vez, diz que os policiais não atiraram a esmo e que houve confronto e troca de tiros no local. O tiroteio teria ocorrido com suspeitos de tráfico de drogas. Pessoas da comunidade negam essa versão. A Polícia Civil de Pernambuco abriu uma investigação sobre o caso.

O Governo de Pernambuco disse neste sábado que não foram registradas ocorrências de crimes violentos em Ipojuca nas últimas 24 horas e anunciou a instalação de um centro de comando e controle na secretaria de Defesa Social do município, que terá o auxílio de 129 câmeras.

O governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu com o comando da segurança pública de Pernambuco para acompanhar a Operação Porto Seguro e o andamento das investigações da morte da criança. "O efetivo [da polícia] permanece na cidade e agora com a ajuda das câmeras de monitoramento, que nos possibilitará dar uma resposta ainda mais rápida", disse.

Desde a última quinta (31), há registros de protestos em repulsa ao assassinato e atos de vandalismo em Porto de Galinhas e em Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca. Na manhã desta sexta (1º), ônibus que saíam do Recife para Porto de Galinhas não seguiam o trajeto completo. Os coletivos paravam no centro de Ipojuca, temendo algum tipo de violência no restante do percurso.

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Na noite da quinta, um ônibus que era utilizado por funcionários de hotéis do balneário foi incendiado em uma rodovia da localidade. Apenas o motorista estava no veículo. O Corpo de Bombeiros apagou as chamas e informou que ninguém ficou ferido.

Na mesma madrugada, houve protestos, bloqueios de vias e pessoas correndo pelas ruas em pânico. O acesso a Porto de Galinhas foi interditado em parte da noite por uma manifestação. O comércio ficou fechado por dois dias consecutivos. Supermercados, lojas, padarias e restaurantes não funcionaram. Ruas e avenidas foram bloqueadas por fogo em pneus e galhos de árvores. Também houve cancelamento de aulas em escolas.

O setor de turismo também foi impactado. Donos de pousadas e hotéis disseram que houve o cancelamento de reservas para o final de semana e temem um efeito dominó para os próximos períodos de descanso, como o feriadão da Semana Santa e o de Tiradentes. Em nota, o Governo de Pernambuco anunciou que reforçou a segurança de Porto de Galinhas com mais 250 policiais militares e civis enviados ao local.

O governador Paulo Câmara (PSB) disse, em comunicado, que monitorou os protestos em Porto de Galinhas e se solidarizou com a família da menina morta. "Quero expressar minha solidariedade à família da menina e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no litoral sul", afirmou o governador.

A Prefeitura de Ipojuca manifestou solidariedade à família da menina e lamentou a ocorrência. A gestão municipal também cobrou ao governo estadual mais segurança para moradores e turistas.

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