BNews Nordeste
Publicado em 19/10/2023, às 21h37 Marco Dias
Renan Calheiros (MDB-AL) publicou nesta quinta-feira (19), em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da empresa petroquímica Braskem deve ser criada na próxima semana no Senado. O senador diz que recebeu o sinal verde do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se comprometeu a ler a criação da CPI da Braskem na próxima semana. Lido o requerimento, o passo seguinte para iniciar os trabalhos é a indicação dos integrantes pelos líderes partidários.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) October 19, 2023
De acordo com o requerimento de Calheiros, a CPI deve focar na responsabilidade da Braskem no afundamento do solo de 15 bairros de Maceió, investigando possíveis omissões da empresa na reparação à capital alagoana e aos moradores dos cinco bairros da capital que tiveram o solo afundado. De acordo com o relatório para criação da CPI, 200 mil pessoas foram afetadas.
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Se Rodrigo Pacheco fizer a leitura do ato de criação da CPI na próxima semana, ainda devem levar alguns dias para que a comissão seja instalada. Os líderes partidários do Senado devem indicar os integrantes da comissão para que os trabalhos se iniciem.
Resistência ao colegiado:
Entre os representantes de Alagoas, há resistência ao colegiado, que questiona o protagonismo de Renan Calheiros no processo.
O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) defende que Renan não poderia ser o autor do requerimento, e também não poderia participar da comissão, caso ela seja instalada, já que ele é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) sobre supostas propinas da Odebrecht, que é dona de parte da Braskem.
Rodrigo ainda destaca que Renan já foi presidente da Salgema Indústrias Químicas S.A. de 1993 a 1994. Em 1996, a Salgema mudou de nome para Trikem e, em 2002, passou por fusões, dando início à Braskem.
Histórico do caso:
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que a mineração de sal-gema feita pela petroquímica comprometeu a estabilidade do subsolo em parte da capital alagoana, e o caso foi parar na Justiça, que condenou a Braskem a pagar uma indenização para o governo do estado por conta dos danos ambientais causados pela empresa em Maceió.
O dano atingiu, especialmente, o bairro de Pinheiro, que fica localizado acima de uma região rica em sal-gema. Com as escavações da Braskem, as ruas e residências do bairro sofreram tremores, rachaduras e afundamentos.
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