BNews Nordeste

Maternidade demora 120 dias para liberar corpo de bebê: "É duro para mim", diz mãe

Reprodução
A maternidade ter explicado o procedimento para a mãe da criança, mas essa versão é contestada pela família  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/07/2022, às 07h55   Redação



A Maternidade Frei Damião de João Pessoa, na Paraíba, demorou mais de 120 para liberar o corpo de um bebê que nasceu morto, no dia 10 de março, para a família. A entrega da certidão de óbito e o reconhecimento do corpo só foram realizados nessa quinta-feira (14), após o serviço social do município de Mataraca, cidade onde a família reside, ter cobrado respostas sobre a demora. O corpo foi encaminhado para a cidade da família para ser velado.

De acordo com o G1, a maternidade emitiu uma nota explicando o ocorrido. “Desde o momento que a gestante adentrou ao serviço, já estava ciente pelo exame de ultrassonografia que se tratava de uma gestação gemelar e um dos fetos estava morto. E após esperar 90 dias da alta da mãe, como a família não voltou para pegar o corpo, o Serviço Social da maternidade entrou em contato com os pais e também com o Serviço Social do município de origem dos mesmos, solicitando que viessem recolher o corpo”.

Essa versão é contestada pela família e pelo assistente social responsável pelo caso, Willian Souza. O parto da mãe, Ana Paula Cardoso foi realizado na maternidade Frei Damião por se tratar de uma gravidez de risco. Só após o procedimento a unidade de saúde informou que uma das crianças não havia resistindo enquanto a outra precisou ser internado na UTI neonatal, onde passou 15 dias. A família alega que não chegou a ver o bebê natimorto e nem chamada para fazer o reconhecimento do corpo durante esse período

“Eu passei quinze dias aqui internada e nada deles me falarem do corpo do outro. Eu saí, deixei número de telefone de minha irmã, de minha mãe e até do motorista do carro que levou a gente, e eles nada de me informarem”, relatou Ana Paula.

O pai da criança, Joseph da Silva, de 17 anos, também teve dificuldades em ver a criança após o parto já que a unidade de saúde não autorizou. Mesmo assim, dois dias depois da alta hospitalar ele retornou ao hospital para tentar fazer o reconhecimento do corpo do filho, sem sucesso por alegarem que ele era menor de idade.

"Eu pedi pra ver o corpo da criança, e a Assistência Social falou que só posso ver o corpo da criança assim que a funerária chegar, quando botar dentro do caixão. E eu posso ver ele ali, naquele momento, aqui eu não posso ver meu filho. Eu tô pedindo pra ver meu filho e não posso. Depois de tanto tempo, causando ainda mais dor e sofrimento pra a gente", disse o pai da criança nessa quinta-feira quando foi fazer o reconhecimento do corpo.

Para o assistente social, a família não foi informada corretamente sobre os procedimentos da maternidade. “Penso que o hospital deveria se assegurar que a família havia entendido o fluxo. Ficou parecendo que foi deixado pra lá, tipo, eles que se virem, quando deveria ter tido um zelo pelos direitos dos usuários”.

"A Maternidade mesmo podia ter me avisado de tudo no começo porque tinha me poupado de outro sofrimento. Porque é duro pra mim. Como mãe, é muito difícil pra mim. Passar por tudo isso de novo é muito difícil", disse Ana Paula.

Siga o TikTok do BNews e fique por dentro das novidades.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp