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PF mira Braskem em investigação sobre afundamento de bairros em Maceió

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Mandados são cumpridos na manhã desta quinta-feira (21)  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Google Street View

Publicado em 21/12/2023, às 08h07 - Atualizado às 08h20   Redação


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A Polícia Federal (PF) faz buscas contra a Braskem, na manhã desta quinta-feira (21), em uma investigação sobre o afundamento de bairros causado pela mineração de sal-gema feita pela empresa em Maceió, em Alagoas. 

A operação foi batizada de 'Lágrimas de Sal'. Ao todo, são cumpridos1 4 mandados de busca e apreensão em Maceió (11), Rio de Janeiro (2) e Aracaju (1). Em Maceió, um dos alvos é na sede local da Braskem, no bairro do Pontal da Barra. Os funcionários que chegaram para trabalhar foram impedidos de entrar.

Ao BNEWS, a Braskem informou que está acompanhando a operação da PF nesta manhã e acrescentou que está à disposição das autoridades, como sempre atuou. Ainda de acordo com a petroquímica, todas as informações serão prestadas no transcorrer do processo .

Segundo a polícia, são apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que tinham como objetivo garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.

Além disso, os investigadores localizaram indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.

Os investigados podem responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.

Sal gema

Iniciada na década de 1970, a exploração afetou o solo em cinco bairros, conhecidos como bairros fantasmas, Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol. Além disso, obrigou 60 mil pessoas a deixarem suas casas. Cinco anos após a identificação do problema, uma das 35 minas abertas pela Braskem entrou em colapso e se rompeu. A mina e todo o seu entorno foram desocupados desde o primeiro aviso de risco de colapso na região, divulgado no dia 29 de novembro.

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