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Policiais militares traficavam e matavam em estado do Nordeste: “Vontade de arrancar a cabeça”

Divulgação/ Polícia Civil
Os crimes eram combinados e relatados em um grupo de WhatsApp  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ Polícia Civil

Publicado em 22/11/2023, às 12h46   Cadastrado por Bernardo Rego


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Um grupo de 10 policiais militares e um guarda municipal participavam de um esquema de agiotagem, tráfico de drogas e homicídios em Fortaleza, no Ceará. As informações são do Ministério Público do Ceará (MPCE). Quatros integrantes do grupo criminoso foram presos no dia 14 de novembro.

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De acordo com o inquérito, os milicianos eram comandados pelo cabo José Otaviano Silva Xavier, o Cabo Xavier, de 38 anos. Os crimes eram combinados e relatados em um grupo de WhatsApp, chamado “Grupos dos Amigos”. Também são investigados outros grupos, como um denominado “Os Justiceiros”.

Em uma das mensagens, Cabo Xavier relata sobre uma ocasião em que prendeu um suspeito de matar um guarda: “No dia que mataram o guarda lá no Centro nós pegamos o cara que matou o guarda, a minha vontade era arrancar a cabeça dele”, disse o militar na  mensagem.

Ainda segundo as mensagens, o PM diz que preferiu não agir na emoção, mas que iria atrás do suspeito quando ele saísse da prisão.

De acordo com as investigações, o grupo usava o sistema de informática da polícia para escolher as vítimas, que tinham antecedentes criminais. Além disso, os próprios policiais traficavam drogas, ameaçavam de morte os devedores de um esquema de agiotas e vendiam “cabritos”, armas ilegais com numeração raspada.

Ameaças de agiotas

O grupo criminoso ameaçava e tomava bens de pessoas que deviam para o agiota Valcélio de Oliveira, o Célim, morto em agosto de 2021. Célim usaria dinheiro do Cabo Xavier para negociar empréstimos com terceiros.

Cabo Xavier e seu braço direito, o cabo José Jackson Araújo Mota, Cabo Mota, eram sócios de uma loja de conserto e venda de celulares, que ficava em um shopping de Fortaleza. Segundo as investigações, a loja era fruto de dinheiro lavado pelos agiotas.

Prisões e investigações

A Polícia Civil e o Ministério Público do Ceará começaram a investigar esse grupo de policiais agiotas ainda em 2021, quando constataram o acúmulo de diferentes denúncias anônimas que chegavam contra eles.

Depois de mais de dois anos de investigação, vários mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Na operação, batizada de Interitus, foram apreendidas drogas e armas ilegais.

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