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Possível crime racial é investigado após adolescentes negros serem barrados em shopping

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Adolescentes negros são barrados em shopping e mãe de vítima se revolta com situação  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram @riomararacaju

Publicado em 16/03/2022, às 16h27   Redação BNews


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A Polícia Civil (PC) passou a investigar um suposto crime de racismo após adolescentres negros serem impedidos de entrar no Shopping RioMar, no Bairro do Meio, na Zona Sul de Aracaju, por um suposto policial, no último sábado (12). Os jovens de 18, 17 e 16 contaram que um homem, que disse ser policial, alegou que eles só poderiam entrar acompanhados de um responsável. 

"Eles (supostos policiais) alegaram para os meus filhos que havia uma decisão de uma juíza que proibia a entrada de adolescentes sem estar acompanhado de um responsável. Um dos garotos tentou filmar a situação e foi empurrado por um dos homens, que ainda obrigou ele a apagar a gravação. Logo em seguida uma viatura da Polícia chegou e revistou todos os garotos com truculência, envergando os meninos e dizendo frases como ‘o rolê de vocês é na cinelândia’", contou Josineide Santana, mãe de dois garotos, ao Fan F1.

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Quando soube do ocorrido, a mulher foi ao shopping pedir esclarescimentos ao setor administrativo, mas ninguém soube explicar o motivo da ação. "Tanto os homens do lado de fora, quanto o pessoal de dentro do shopping não mostraram nenhum documento que justificasse aquela ação. Ninguém explicou nada. Dentro do shopping, vi diversos adolescentes sozinhos, circulando sem serem barrados. Por toda essa situação e pelas frases que foram ditas pelos homens na porta do shopping, só deixa evidente o racismo e o preconceito territorial", disse.

O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). A mãe dos jovens já prestou depoimento e um ofício foi enviado para a administração do Shopping para esclarecimentos. 

"Assim que a gente soube, primeiro fizemos o acolhimento das vítimas, porque são casos que nos chocam e chocam a instituição, pelo fato de ainda ter que conviver com esse tipo de atitude. A gente tá falando de um grupo empresarial grande aqui no Estado, que tem muita importância, e não esperamos esse tipo de conduta. Então fizemos o acolhimento da vítima, atendimento com encaminhamento correto, e agora a apuração de possível crime racial", afirmouo presidente da Comissão, Carlos César Zuzarte.

A mãe dos jovens contou que, além deles, haviam outros adolescentes na mesma situação no local. Ela espera que eles também queiram falar sobre o que aconteceu no momento, para ajudar nas investigações. Ela também contou que seus filhos chegaram a ficar com medo de seguir adiante com a denúncio, por receio de represálias, mas ela ressaltou a importância de usar sua voz em meio à problemas como esse. 

"É preciso lutar pelos direitos de cada um, porque ninguém pode ser barrado em um local só pela cor da pele ou pelo local em que mora. É assim que as coisas estão acontecendo aqui, com os filhos da gente sendo marginalizados", desabafou a mulher. 

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