Processo de mineração feito pela Braskem faz Maceió entrar em estado de alerta

A Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta via SMS e por WhatsApp nesta quarta-feira (29) para que moradores da capital alagoana não se aproximem da área da laguna Mundaú. Uma das minas de salgema explorada pela Braskem está em "risco eminente de colapso".

Caso haja um colapso, uma cratera gigante vai se formar na superfície de uma área desabitada no bairro do Matunge. A situação se agravou, segundo a nota da prefeitura, após tremores de terra que moradores de áreas próximas sentiram nos últimos dias. 

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"Os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco eminente de colapso em uma das minas monitoradas. Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar na região até a nova atualização do órgão", diz a nota.

O prefeito da capital alagoana, JHC, assinou um decreto, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município, nesta quarta-feira (29), declarando situação de emergência por 180 dias em Maceió devido ao iminente colapso da mina nº 18.

Todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente, sob a liderança da Coordenadoria Executiva Institucional da Prefeitura de Maceió e da Defesa Civil Municipal, em ações de resposta ao desastre, principalmente no atendimento à população atingida, reabilitação das áreas atingidas e reconstrução do cenário.

Além disso, a prefeitura autorizou ainda a convocação de voluntários para reforçar as medidas e iniciar mobilizações, com campanhas de arrecadação de donativos e recursos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência e dar uma resposta rápida aos afetados.

Entenda

A Braskem está com o nome envolto em polêmicas desde 3 de março de 2018, ano em que foi registrado o afundamento de cinco bairros, afetando a vida de cerca de 60 mil pessoas em Maceió, no estado de Alagoas. Conhecido como o maior desastre ambiental urbano em curso no país, o caso completou cinco anos em 2023, impactando uma área equivalente a 20% do território da capital alagoana.

Os danos ao solo foram sentidos, inicialmente, por meio de tremores de terra. O abalo sísmico fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.