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Relatório identifica pontos de alto risco de acidentes nos Cânions do São Francisco; entenda

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A pesquisa ocorreu entre os dias 14 e 23 de fevereiro e percorreu 19 locais ao longo do rio São Francisco  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ SGB

Publicado em 26/04/2022, às 08h06   Redação


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O relatório final de vistoria do Serviço Geológico do Brasil (SGB) que é um órgão público vinculado ao Ministério de Minas e Energia, identificou 13 pontos classificados como “perigo alto” de acidentes nos tradicionais cânions do rio São Francisco, entre Alagoas e Sergipe. A pesquisa ocorreu entre os dias 14 e 23 de fevereiro e percorreu 19 locais ao longo do rio.

Entre os locais vistoriados estão os cânions dos municípios de Canindé do São Francisco (SE), Piranhas, Delmiro Gouveia, Olho D'Água do Casado (AL). Também foram vistoriados cânions em Paulo Afonso (BA), mas no município não acontecem passeios turísticos.

De acordo com o portal UOL, o documento pontuou que os principais riscos foram os da chamada movimentação gravitacional de massa, ou seja, deslizamentos, queda e rolamento de blocos, desplacamentos e tombamentos. Além disso, o relatório aponta recomendações que já foram aceitas pela Defesa Civil dos dois estados.

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"O presente relatório, de caráter emergencial, conclui que a região dos cânions do lago Xingó apresenta, em sua maior parte, condições potenciais para a ocorrência de movimentos gravitacionais de massa, ao longo de seus paredões e taludes naturais", concluíram os técnicos ao afirmarem ainda que o padrão e a frequência das fraturas das rochas tornam a região "suscetível a instabilidades".

A pesquisa identificou também a existência de infraestrutura permanentes e móveis com presença de turistas e moradores, mesmo em local de vulnerabilidade natural. Diante desse cenário o SGB afirma ser possível ocorrer acidentes. Por outro lado, indica normas de segurança que garantam as atividades turísticas da região. "O lago e seus braços possuem largura suficiente para que as embarcações possam se manter a uma distância maior que uma vez a altura dos paredões", diz o relatório.

As recomendações de segurança presentes no documento já foram aceitas pelos Estados. Em Sergipe, o diretor do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Luciano Santo Queiroz, disse que as melhorias já estão em curso.

"95% das informações de riscos se devem à proximidade do paredão, e já está se mantendo uma distância segura. A gente vai colocar boias que vão ajudar a balizar o limite em que as embarcações podem chegar porque há rochas que podem se desprender", explica. As boias ficarão a uma distância da metade da altura do paredão. "Nosso trecho de navegabilidade é bastante largo, o que favorece o distanciamento em relação aos paredões. Como foram 13 áreas citadas, a gente tem uma atividade com uma margem de segurança alta hoje", garante.

Já a Defesa Civil de Alagoas deverá fazer alguns acréscimos além das medidas adotadas em Sergipe. "Vamos fazer o redimensionamento das formas quadradas das áreas de banho para retangulares, para tornarem a ação mais segura. Todos os marinheiros irão realizar curso também, nessa parceria com o SGB", disse o coordenador estadual da Defesa Civil de Alagoas, tenente-coronel Moisés Pereira de Melo. A área para banho nos passeios também será delimitada, “a gruta da região que anteriormente recebia visitas, agora só poderá ser vista de dentro da embarcação", diz Melo.

O coordenador do Laboratório de Progeologia  da Universidade Federal de Sergipe, Antônio José Garcia, explica que a região dos cânions, chamado "Monumento Natural do Rio São Francisco", deve ser conservada. Para ele, só em manter um distanciamento seguro com os paredões rochosos já é uma medida simples e suficiente para evitar tragédias. "Não teríamos nem mesmos feridos se isso for respeitado", completa.

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