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Vendedora de loja de luxo usa dados de clientes para aplicar golpes milionários

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Os empresários e proprietários da loja de luxo estão foragidos e são investigados  |   Bnews - Divulgação SSPDS/Divulgação

Publicado em 14/09/2023, às 11h07   Cadastrado por Bruno Guena


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A vendedora da loja Maison Móveis e Decoração, comércio de artigos de luxo de Juazeiro do Norte (CE), foi presa acusada de usar dados de clientes para aplicar golpes milionários. Os empresários e proprietários do estabelecimento comercial estão foragidos e são investigados.

De acordo com a polícia, as vítimas eram abordadas pela vendedora, que insistia que as pessoas fizessem um cadastro, com o argumento de oferta de promoções para beneficiar os clientes. Ela também justificava que precisava de uma quantidade mínima de dados para alcançar a meta mensal da empresa.

Com os dados pessoais, os empresários faziam empréstimos em nomes das pessoas que haviam realizado o cadastro.

Iayannara Gonçalvez foi presa, e outras três (proprietário e sócios) possuem mandado de prisão em aberto por suspeita de envolvimento nas fraudes. Layannara era uma vendedora popular na cidade e acumula 15 mil seguidores em redes sociais.

Ainda segundo a polícia, os suspeitos chegaram a fazer empréstimo de R$ 600 mil, em nome de uma pessoa que ganhava somente um salário mínimo. O valor aprovado para uma pessoa assalariada levou os agentes a suspeitar de que o golpe envolve também bancários.

"De cinco pessoas apenas [vítimas do golpe], o montante [do golpe] era de mais de R$ 1 milhão. Durante a investigação, a gente descobriu que esse montante pode passar de R$ 10 milhões. A gente não tem ideia ainda de qual o tamanho da fraude e quantas vítimas foram lesadas por essa quadrilha", detalha o delegado regional de Juazeiro do Norte, Júlio Agrelli.

"Eles usavam, na verdade, esse subterfúgio para gerar um capital para a loja, movimentar um fluxo de capital e se capitalizar, comprar estoque", diz.

A Polícia Civil investiga crimes como lavagem de dinheiro, estelionato, falsificação de documentos e formação de quadrilha.

Além disso, a apuração identificou clientes que eram enganados e nem sabiam. "A gente não tem ideia ainda do tamanho exato da fraude e nem quantos clientes foram engados", diz o delegado.

Na nova fase da investigação, os policiais tentam descobrir se havia uma facilitação do empréstimo por parte de funcionários do banco onde o dinheiro era obtido pelos empresários.

"Um ponto que chama nossa atenção é se alguém do banco facilitou esse golpe, porque algumas pessoas que tinham um perfil de score [pontuação para obter crédito em banco] muito abaixo do que se espera para receber o montante obtido no banco. Tinha gente que recebia um salário mínimo e conseguiu fazer empréstimo de R$ 600 mil", diz o delegado responsável pelo caso.

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