Personalidade

Escritor e antologista Flávio Moreira da Costa morre aos 77 anos

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Premiado como autor nos anos 1990, ele ficou conhecido por suas coletâneas de contos, que chegaram a ser best-sellers  |   Bnews - Divulgação Bel Pedrosa/Folhapress

Publicado em 24/03/2019, às 15h48   Folhapress


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O escritor Flávio Moreira da Costa morreu, aos 77 anos, no fim da tarde de sábado (23). Ele estava internado há dez dias no Rio de Janeiro por causa de uma pancreatite. A notícia foi confirmada por sua ex-mulher, Célia Junqueira, com quem ele viveu cinco anos e teve um filho, Francisco, de 35 anos.

“Ele era um arquivo vivo. Era como se ele revivesse todos os dias os contos que leu na adolescência e na vida adulta”, diz ela

O escritor e amigo Antônio Torres, imortal da Academia Brasileira de Letras, lamentou a morte.

“É muito triste ver um colega de ofício daqueles puro-sangue indo embora, num tempo em que a literatura está se esgarçando. Conheço o Flávio desde 1971. Era um trabalhador incansável, um organizador de antologias fantástico”, afirmou Torres.

Moreira da Costa nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e ficou conhecido por suas antologias de contos. Foram 20 ao longo da carreira, entre elas “Aquarelas do Brasil – Contos da Nossa Música Popular” (Agir, 2006), “Contos de Medo, Horror e Morte” (Nova Fronteira, 2005) e “Os Melhores Contos de Loucura” (Ediouro, 2007). Algumas de suas coletâneas se tornaram sucesso de vendas.

Ele também foi autor de romances elogiados, como “As Armas e os Barões” (Imago, 1975), além de livros policiais, contos, literatura infantojuvenil e ensaios, além de um perfil biográfico do compositor Nelson Cavaquinho (Relume-Dumará/RioArte, 2000).

O escritor também manteve por duas décadas uma oficina de ficção, por onde passaram grandes nomes da literatura brasileira.

Moreira da Costa enfrentava um câncer de rim há seis anos e vinha fazendo hemodiálise. Segundo a ex-mulher, a pancreatite foi uma consequência dos problemas no rim. O amigo e escritor Antônio Torres conta que, mesmo enfrentando graves problemas de saúde, o antologista estava cheio de projetos.

Um deles é a antologia com título provisório de “Contos Curtos”, que está em fase final de produção e deve ser lançada ainda este ano, como trabalho póstumo.

“Flávio também tinha a ideia de fazer uma antologia do conto português, mas não deu tempo de concretizar o trabalho”, diz. O velório acontece neste domingo (24) no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

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