Justiça concluiu que Cocielo não foi racista em publicações sobre negros nas redes sociais

O juiz Caramuru Afonso Francisco, da 18ª vara Cível de São Paulo, absolveu o  influencer Júlio Cocielo de pagar uma indenização de mais de R$ 7 milhões pela publicação de declarações racistas em suas redes sociais desde 2010. 

As informações são do site Migalhas. 

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Ao negar pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o magistrado concluiu que ele não foi racista em falas sobre a população negra como quando, por exemplo, em 2018, escreveu que o jogador da seleção francesa Mbappé - filho de imigrantes da Argélia e Camarões - "conseguiria fazer uns arrastão top na praia".

Na época, a situação gerou repercussão negativa e perda de contratos com patrocinadores por parte do influenciador, motivando Cocielo a pagar mais de 50 mil tuítes. Ele se desculpou publicamente.

"O requerido não agiu com dolo, culpa grave nem se apresenta como exemplo negativo, não é racista nem jamais defendeu o supremacismo racial, o que, na lição de Antonio Junqueira de Azevedo, descaracteriza a sua conduta como ensejadora de responsabilização civil por danos sociais", concluiu o juiz.

Caramuru Afonso também argumentou que o discurso de um humorista "jamais pode ser analisado sob o prisma meramente descritivo", e que é natural que - enquanto comediante - Cocielo se comunique preponderantemente por meio de "piadas, breves histórias que têm um final surpreendente, cujo objetivo é fazer rir”.