O desembargador José Olegário suspendeu, nesta terça-feira (05), a decisão liminar expedida pela desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago impedindo o desfile do bloco Largadinho nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro. Em sua decisão o magistrado argumenta que o processo que levou ao cancelamento do acorde entre a Ed Dez produções – proprietária do Bloco Broder – e a CIEL – produtora de Claudia Leitte apresenta diversas fragilidades.
No texto, Olegário, afirma que é “sabido que o Plantão Judiciário, além da exiguidade de tempo para o estudo do caso, decide de modo essencialmente perfunctório a fim de evitar iminente e irreparável prejuízo à Parte”. Neste sentido, o magistrado traz aos autos que seria interessante uma análise mais aprofundada antes da adotar quaisquer decisões.
A briga judicial entre Ivana Solon e Edilson Ferreira tem sido apontada como a principal razão para que o bloco Largadinho seja impedido de desfilar. A reportagem do Bocão News acompanha o processo desde o início. Para o Olegário, o problema não “trata de descumprimento de acordo homologado e transitado em julgado, ou de ferir a coisa julgada, mas sim de visível peleia entre o Agravante (Ivana) e seu ex-marido, o agravado Edilson Ferreira, que, na véspera das festas momescas, tão valiosas a cidade e o povo de Salvador, embatem desnecessariamente a cerca de quem irá desfilar no bloco Broder, de propriedade da empresa Ed Dez, expondo o Judiciário, e todos os demais foliões e trabalhadores”.
A advogada de Edilson, Carla Pinto Simões, sustenta que se o objetivo da ex-mulher do ex-jogador de futebol é garantir o patrimônio que está pendente na disputa do divórcio, a ação é controvérsia. Na defesa, a advogada alega que “causa estranheza que a agravante tenha trazido aos autos cópia ilegível do Contrato. Trata-se de documento imprestável”.
Ivana ainda pode recorrer. Nos próximos dias, a ordem dos trios que sairão no circuito Dodô (Barra-Ondina) no domingo, segundo e terça pode mudar. A expectativa é de que a decisão seja mantida, mas o Judiciário não costuma ser pautado por pressões externas. A disputa coloca em uma situação desconfortável membros da alta corte da Justiça baiana.
Nota originalmente postada às 18h do dia 5
