Lavagem de Itapuã: comerciantes se sentem intimidados pela crise financeira

Nem mesmo a nova orla recentemente inaugurada e a estrutura de barracas para festas de largo foram capazes de encorajar os comerciantes para enfrentar a crise financeira, que assola o país, e animá-los para a “Lavagem de Itapuã”, que começa nesta quinta-feira (28). Segundo os vendedores de bebidas e alimentos que costumam trabalhar na festa do bairro, "as vendas não serão das melhores".

ADEUS

Morre o radialista Washington Rodrigues, o Apolinho, aos 87 anos

Golpes

Grupo que simulava contas do governo do RS para receber doações é alvo de operação policial

A reportagem do Bocão News conversou com Railda de Carvalho, 52 anos, presidente da Associação de Barraqueiros de Festas Populares do Estado da Bahia (Abfest), que falou da expectativa da classe para a Lavagem de Itapuã em 2016. Para a liderança da classe, que também é comerciante e trabalha na venda de bebidas e alimentos na festa do bairro há 32 anos, apesar de toda estrutura e melhorias realizadas, a crise intimida os donos de barracas. “Percebemos que eles estão com medo de investir mais em produtos, com receio de não ter o retorno, mas com certeza não faltará bebidas e tira gosto na festa”, avalia.

Railda foi otimista ao avaliar a nova estrutura de barracas e a própria orla de Itapuã. “A grande novidade deste ano, com certeza, são as barracas padronizadas com estrutura de metal e lona plotada. Isso foi proporcionado através de uma parceria entre uma cervejaria e as associações de barraqueiros com intermédio da prefeitura de Salvador e creio que vai melhorar a aproximação dos clientes. Eu acredito que teremos uma festa da paz e da família”, comenta.

Segundo a presidente da associação, na última Lavagem de Itapuã antes da reforma da Orla, em 2014, foram montadas 74 barracas e neste ano são 54. Até os vendedores mais experientes no evento religioso do bairro estão com medo dos efeitos da crise. Maria do Carmo, 67, trabalha na festa há 35 anos, se queixou da crise financeira e da falta de apoio de lideranças de associações da classe. “Estamos apenas com o apoio de duas lideranças, além da prefeitura e a cervejaria que nos ajudou. Além disso, essa crise assusta a gente aqui também. Investimos menos esse ano com medo de ter prejuízos”, desabafa.

Polícia Militar e Polícia Civil já estão preparadas para a segurança do evento. O movimento de trabalhadores e a montagem das barracas mudou o ritmo do trânsito na região, já no início da noite desta quarta-feira (27).