Polícia

Suspeito de espancar travesti é agredido em Ilhéus

Publicado em 21/11/2016, às 08h05   Redação Bocão News


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Um homem identificado apenas como William e suspeito de agredir uma travesti em Ilhéus, no sul baiano, foi espancado por grupo de pessoas na semana passada. No vídeo da ageressão que circula nas redes sociais, mostra que enquanto o homem leva socos e pontapés algumas pessoas gritam “aqui a gente não aceita homofobia”. Segundo internautas que compartilharam as imagens, o ataque foi em retaliação ao espancamento da travesti Kayalla Ayalla, no bairro do Malhado, no início desse mês. 
Em entrevista ao Bocão News, o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, afirmou que a melhor opção em casos de homofobia é a “aplicação justa da lei”, mas faz uma ressalva.  “Mesmo que eu não concorde com a instituição de um estatuto do crime composto de regras que determina a conduta de cada um, eu aplaudo quando eles dizem ‘aqui a gente não aceita homofobia’”. 
Ainda durante conversa, Cerqueira critica a Justiça que deixou o suspeito em liberdade. “Ele foi identificado pela polícia, compareceu à delegacia e assinou um termo, em seguida voltou a delinquir na favela, agora com um agravante porque, segundo ele, não dá em nada. Sem dúvida, agora ele não vai mais bater em mais ninguém, porque sabe que existem regras e bater em gays, viados, bichas, travestis e mulheres é proibido, risco de vida”, argumenta. 
E continua: “a polícia prende o meliante, o juiz manda soltar, o delegado cumpre. O meliante volta a delinquir, ameaçar testemunhas, a vítima e ainda eliminar provas do crime. Ocorre ainda que o meliante algumas vezes é detido por cometer outro tipo de crime. O delegado, o promotor e juiz devem entender que crimes contra travestis, trans, gays, negros e mulheres são crimes motivados por algum tipo de ódio, LGBTfobia, machismo, racismo. E é preciso celeridade na aplicação da Lei, isso vai diminuir a sensação de impunidade junto a sociedade”, finaliza.
Publicada originalmente às 15h do dia 20

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