Polícia

Ação da PF já prendeu 23 na Operação Alquimia

Publicado em 17/08/2011, às 12h12   Redação Bocão News


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Superintendência da 5ª Região Fiscal - Receita Federal do Brasil, Romeu Queiroz
A Polícia Federal informou, às 17h22 desta quarta-feira (17), que 23 pessoas foram presas na Operação Alquimia. No início da tarde o número estava  em 18 empresários na Bahia nesta quarta-feira (17). Pela manhã sete pessoas tinham sido presas no início da operação, à tarde os trabalhos continuaram com a interdição de bens dos envolvidos.O objetivo é combater a organização criminosa de fraude ao Fisco, como sonegação fiscal, fraude à execução fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Os acusados estão detidos no prédio na sede da Polícia Federal de Salvador, no Comércio. Entre os presos estão os responsáveis pela Sasil, empresa de produtos químicos.

Segundo o superintendente da 5ª Região Fiscal - Receita Federal do Brasil, Romeu Queiroz, além dos sete acusados já detidos e encaminhados à sede da PF, uma ilha particular na Bahia de Todos os Santos, onde foram encontradas duas armas, barras de ouros e um cofre, foi "sequestrada" (interditada pela Receita Federal).  
Policiais invadem sede da empresa Sasil
Os órgãos pretendem cumprir ainda 31 mandados de prisão, 63 conduções coercitivas e 129 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e nas empresas supostamente ligadas à organização criminosa. A Justiça Federal também decretou o sequestro de bens, incluindo veículos, embarcações, aeronaves e equipamentos industriais e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos, de uma empresa de produtos químicos em Salvador Participa da operação cerca de 90 auditores fiscais da Receita Federal e cerca de 500 policiais federais. 
As ações ocorrem simultaneamente em 12 estados: Bahia, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. A mior parte da fiscalização está concentrada em Salvador.
A Receita Federal já fiscalizou 11 empresas do grupo investigado, com um total de R$ 110 milhões em créditos tributários constituídos. Um dos resultados esperados com a operação é a satisfação desta dívida junto ao Fisco. O prejuízo aos cofres públicos, pelo não recolhimento dos tributos devidos, pode chegar a R$ 1 bilhão.  Ainda segundo o superintendente da Receita Federal, as investigações de fraude ao Fisco iniciaram em 2008, mas como os criminosos atuam em uma ação “organizada”, a polícias teve dificuldade de identificar os acusados que usam segundas e terceiras pessoas como laranjas no esquema de fraude.
Ilha é confiscada pela Receita
Uma ilha com 20 mil metros quadrados localizada na Baía de Todos os Santos foi confiscada. No local, que pertence a um dos responsáveis pela organização criminosa, foram apreendidos barras de ouro e prata em um cofre, oito jet skis, duas armas, quadriciclos, barco à vela, além de motos e carros de luxo.
Mais notícias - A PF em Minas Gerais afirmou que, até por volta das 11h de hoje 18 pessoas já foram detidas durante a Operação Alquimia. O Superintendente Regional da PF-MG, Fernando Duran, divulgou o balanço parcial em entrevista em Belo Horizonte.

Principais acusados

Os irmãos Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti e Ismael Cavalcanti Neto, donos do grupo Sasil, são suspeitos de arquitetar e comandar o esquema de fraude fiscal que, segundo a Polícia Federal, foi responsável pela sonegação de R$ 1 bilhão. O esquema é foco da operação Alquimia, deflagrada nesta quarta-feira.

A Folha apurou que a PF atribui a eles o comando de uma organização criminosa integrada por uma rede de 165 empresas no Brasil e 27 no exterior.

A maioria destas companhias é, segundo a PF, de fachada e está em nome de "laranjas" para simular operações de compra e venda para facilitar a sonegação de tributos da empresa Sasil Distribuidora de Produtos Químicos Ltda., apontada como "carro-chefe" do esquema.

A Folha entrou em contato com o grupo Sasil na tarde desta quarta, mas não localizou alguém para comentar as suspeitas e a operação da PF

ILHA E BARRAS DE OURO

A operação investiga crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha cometidos por empresas em 17 Estados brasileiros e no Distrito Federal.

A Justiça decretou 31 mandados de prisão temporária, 129 de busca e apreensão, 163 de condução coercitiva e 195 sequestros de bens contra pessoas jurídicas e 62 de pessoas físicas.

Segundo o último balanço, a Polícia Federal prendeu 18 pessoas e deteve 42 para prestar depoimento, mas nenhum nome foi divulgado até agora. A maior parte das empresas é do setor químico.

Um dos bens sequestrados é uma ilha de 20 mil metros quadrados pertencente supostamente aos irmãos Cavalcanti, na Baía de Todos os Santos. Na ilha foram apreendidos um cofre, ainda não aberto pelas autoridades, e artigos de luxo, como jet-skis.
Nas buscas em casas e empresas dos suspeitos os policiais encontraram barras de ouro.

EMPRESAS

Uma empresa que tinha como "sócios" um pedreiro e um motorista movimentou R$ 32 milhões entre 1996 e 2009, de acordo com o inquérito da operação Alquimia.

Segundo o inquérito, a Zwrox Distribuidora de Produtos Químicos Ltda chamou a atenção do fisco por causa da movimentação financeira incompatível com o capital de R$ 50 mil.

Depois, os primeiros "laranjas" foram substituídos no quadro acionário da empresa por companhias sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.

Na prática, segundo a PF, elas eram comandadas por procuradores e contadores ligados ao esquema.

As informações são da Folha de São Paulo. Matéria assinada pelos jornalistas GRACILIANO ROCHA e
PAULO PEIXOTO


Foto: Gilberto Júnior // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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