Polícia

Designer acusa ex de agressão e revela ao BNews relacionamento abusivo: "fui vítima da violência doméstica"

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Vítima utilizou seu perfil no Instagram para expor a violência doméstica sofrida   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 26/02/2019, às 14h29   Tiago Di Araujo e Adelia Felix


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Na semana passada, o caso de Eva Luana ganhou os noticiários em todo país. A  jovem baiana, de 21 anos, relatou nas redes sociais os abusos e torturas que sofreu do padrasto durante anos. Nesta segunda-feira (25), outro caso ganhou repercussão na web. A publicitária e designer gráfico, S. P., 50 anos, moradora de Salvador, utilizou seu perfil no Instagram para expor a violência sofrida pelo ex-namorado, identificado como Carlos Renato Barreto Fernandes da Rosa.

Com um longo relato, ela mostra fotos dos machucados pelo corpo causado após uma verdadeira sessão de tortura no último domingo (24), dentro do apartamento onde mora. S. ainda lembra que o agressor, com quem mantinha uma relação desde maio de 2015, ainda tentou atear fogo em seu corpo e afirma que as agressões só pararam após intervenção de um vizinho. Em outra postagem, S. mostra a destruição dentro do apartamento. 

A reportagem do BNews entrou em contato com a publicitária, que deu detalhes do ocorrido. "Terminamos no sábado e ele ficou de voltar para apanhar o resto das roupas no domingo", explica ao contar como tudo começou. "Ele pediu a separação 14 vezes em um prazo de 10 meses. Ele bebia ficava irritado e qualquer coisa para ele já era motivo para ficar desgostoso e para colocar ponto final na relação. E qualquer motivo idiota já era suficiente para ele falar que estava de saco cheio, que não queria mais". E continua. "Todas as vezes que ele tentava terminar era uma enxurrada de ofensas. Então, ele sugeriu que a gente tivesse um advogado para fazer a separação. Eu disse que não, que preferia ter o meu próprio advogado", o que teria irritado o engenheiro mecânico.

No dia da agressão, S. revela que o ex-namorado chegou bêbado. "Eu estava no meu quarto, com o computador em cima do meu colo, quando fui me levantar para abrir a porta de casa,  ele já tinha arrombado. Ele entrou alcoolizado e começou a me atacar". Segundo ela, o acusado reclamou da roupa dela e passou a insinuar que ela estava com alguém em casa. "Quando voltei para o meu quarto, ele me deu um soco nas costas e começou a quebrar meus objetos na parede. Eu comecei a filmar, foi quando ele veio pra cima de mim e me jogou no chão", conta ao lembrar que já tinha sido agredida outras duas vezes.

Depois de ser torturada, a publicitária conta que foi socorrida por vizinhos, que chamaram a polícia. Apesar da chegada dos policiais, o agressor não chegou a ser detido. "Quando os vizinhos chamaram a polícia eu já estava cheia de hematomas, ele tinha pego um resto de uísque, jogou em cima de mim e veio com a caixa de fósforo. A polícia entrou em meu apartamento, verificou que meu ex estava alcoolizado, meu cabelo pingava uísque", detalha, emocionada, ao destacar que não houve prisão. "Estranhei porque ele não ficou detido".

Bastante machucada, S. decidiu registrar queixa na Delegacia da Mulher, no bairro de Brotas, onde solicitou as medidas protetivas. Ela revela que o agressor foi localizado em um hotel, onde recebeu a intimação com a orientações da polícia e desde então não a procurou mais. No entanto, as marcas estão além das lembranças. "Minha sala está do mesmo jeito que ele deixou, toda destruída".

Para finalizar, a vítima revelou um relacionamento abusivo e que era repleto de agressões psicológicas. "Eu sempre gostei muito dele e eu acreditava que ele gostava muito de mim também. E todas as vezes que ele terminava, no dia seguinte pedia para voltar, que me amava, que era a mulher da vida dele, e eu acreditava que pudesse estar passando por um momento difícil, que teve surto e caiu na real e percebeu que gostava de mim. Eu não precisava dar motivo maior, ele simplesmente falava que não me amava mais. Esses términos eram sempre acompanhados de muitas ofensas. Ele me denegria, muitas vezes com palavra baixas".

Classificação Indicativa: Livre

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