Polícia

Vídeo mostra policial militar atirando em delegado com submetralhadora em Itabuna

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O crime aconteceu durante uma ação policial na cidade de Itabuna, no final de abril  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Youtube

Publicado em 03/10/2019, às 17h18   Redação BNews


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O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) divulgou, nesta quinta-feira (3), um vídeo que desmente a versão do policial militar Cleomário de Jesus Figueiredo, acusado de matar o delegado José Carlos Mastique de Castro Filho. O crime aconteceu durante uma ação policial na cidade de Itabuna, no final de abril.

De acordo com o presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, a instituição resolveu tornar público o vídeo para que a população tivesse conhecimento sobre “o que verdadeiramente ocorreu naquele episódio”, “a comprovação do assassinato de Mastique”. Assista:

O caso

Após a discussão entre um casal, um policial à paisana saca a arma e começa a discutir com o homem que brigava com a companheira. Uma mulher que estava no grupo tenta pedir ajuda e é atendida por Mastique, que passava de carro acompanhado de um investigador da Polícia Civil.

O delegado começa a discutir com o policial que estava a paisana e, pouco tempo depois, uma viatura da Polícia Militar para no local. Parte do grupo, Mastique e o investigador começam a conversar um policial que chegou na viatura.

O delegado entrega a arma e se afasta, mas faz outro movimento, supostamente para pegar outra arma. Neste momento, um agente que estava atrás do PM que conversava com Mastique atira e o delegado cai no chão.

O investigador que acompanhava o delegado é obrigado a deitar no chão e o PM aproveita para pegar a segunda arma do delegado. Outras viaturas se aproximam, mas somente após cerca de 25 minutos, Mastique é colocado no fundo de uma viatura e retirado do local. Levado para o hospital, o delegado acabou falecendo.

Processo

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e, internamente, pela Corregedoria da PM. Mesmo sendo presos em abril, os dois policiais militares envolvidos no caso foram liberados em seguida. Eles são lotados no 15º Batalhão e estariam fazendo serviço administrativo.

Um laudo da perícia chegou a apontar que havia vestígios de cocaína no sangue da vítima. A defesa dos policiais teria dito que o delegado, no dia do ocorrido, estava sob influência de drogas e álcool, “fator que o fez perder o controle emocional e psíquico" e resultou na “reação negativa à abordagem feita pela PM”.

Cleomário de Jesus Figueiredo, acusado de atirar, se tornou réu por homicídio qualificado após a Justiça aceitar, em junho, a denúncia do Ministério Público. Mesmo assim, ainda não há previsão para o julgamento.

O MP apontou que o acusado atitou com uma submetralhadora SMT.40, quando a vítima já se encontrava em "forma clara de rendição".

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito foi concluído pela 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin / Itabuna) e encaminhado para a Justiça um mês após o crime, com o indiciamento do cabo Cleomário.

A Corregedoria Geral da PM apenas informou que o 15º BPM instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM), que foi concluído e remetido ao Ministério Público.

*Matéria atualizada às 19h do dia 07/10/2019 com o posicionamento da Corregedoria da PM

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