Vídeo: Homem acusa PM de agressão em Madre de Deus; policial se defende

Um homem acusa um policial militar de agressão durante uma confusão, na tarde desta terça-feira (15), na barreira sanitária de Madre Deus, na Região Metropolitana de Salvador. Um vídeo enviado ao BNews mostra um trecho da abordagem do PM que não vestia o uniforme “tradicional”.

João Rodrigues Filho, de 51 anos, contou que estava saindo da cidade em direção a Salvador, quando foi surpreendido por uma manifestação de servidores públicos que estariam há alguns meses sem receber salário da prefeitura. João diz que um policial estava fazendo a organização do trânsito para a passagem de um veículo que estava com uma mulher grávida em trabalho de parto e teria liberado quatro carros na frente e ele tentou acompanhar os veículos para sair da cidade. "O policial não se identificou, eu estava tentando passar e ele me deu uma gravata ainda dentro do carro. Fiquei sem ar", explicou. Ao perceber que não estava conseguindo respirar, o homem afirma que puxou um facão para o policial que, na mesma hora, se afastou e apontou uma arma. "Só nesse momento ele se identificou, porque ele não tinha feito isso antes".

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Após apontar a arma, como é possível ver nas imagens, o homem disse que estava saindo do veículo, e o policial teria “roubado” o seu celular e começado as agressões com chutes e murros. "Em nenhum momento eu revidei. Ele pediu para eu passar o celular, roubou antes de me tirar do carro", afirmou João. "Eu chamei uma viatura que estava passando pela barreira para me ajudar, mas o policial disse que não era para os outros se envolverem porque era trabalho dele. Percebi que os outros policiais ficaram com medo e foram embora", relata.

Depois de ser retirado à força do carro, João ainda disse que foi ameaçado dentro da viatura a caminho da delegacia da cidade. "Dentro do carro, o policial dizia que iria me 'quebrar no pau'. O meu carro ficou na barreira". Ao chegar na delegacia, por volta das 12h30, o homem disse que não conseguiu fazer Boletim de Ocorrência porque a escrivã só chegaria por volta das 16h. 

Assista:

 Versão do policial

Ao BNews, o policial disse que estava na viatura entrando na cidade, quando um carro estava tentando passar para prestar socorro a mulher grávida que estava em trabalho de parto. "Eu percebi que tinha algo errado e desci para averiguar. Eu ia pedir para os manifestantes deixarem o automóvel passar, mas tinha um carro bloqueando o acesso e estava na contramão. Me aproximei e pedi para o homem retirar o carro para o outro veículo passar, mas, o homem se negou a sair do local".  

Segundo o PM, assim que o homem disse que não iria sair da barreira, ele se identificou e puxou a porta para tentar tirar o homem do carro e dar a ré, mas, nesta hora, segundo o policial, o cidadão sacou a arma branca. "Ao perceber o facão, me afastei e puxei a arma dando voz de prisão. Como eu ia dar uma gravata com ele dentro do carro?", argumentou. No vídeo, o policial, junto com outro colega, puxa o homem à força para fora do veículo. Em seguida, ele encaminhou o homem para a viatura e seguiu para a delegacia. O policial negou que tenha feito ameaças dentro do carro. "Eu estou tranquilo em relação a isso. Ele já está inventando coisas que não aconteceu". 

Já na delegacia, o policial diz que João explicou que estava com problema com a esposa, com a mãe no hospital e acabou se exaltando durante a briga. "Eu falei para ele: ‘Tá vendo aí? Você se prejudicou por conta da sua exaltação’". 

Polícia Militar

A Polícia Militar afirmou à reportagem que todos os fatos que envolvem policiais militares são apurados na Corregedoria Geral da PMBA. A polícia disse que "todos aqueles que se sentirem prejudicados, poderão registrar o fato com o objetivo de que sejam investigados". Ainda na nota, a PM afirma que não conseguiu identificar quem seria o policial do vídeo, mas orientou que o homem [João] faça o registro na delegacia de Madre de Deus.

Polícia Civil

A Polícia Civil afirma que o homem não registrou a queixa e que, na tarde desta terça-feira (15), apenas três registros de ocorrência foram feitos e nenhum deles se refere ao fato ocorrido.