Polícia
BNewsPublicado em 30/03/2021, às 19h42 Henrique Brinco
O coronel da reserva da Polícia Militar da Bahia, Humberto Sturaro, defendeu a ação que culminou na morte do soldado Wesley Soares Góes, de 38 anos, após um surto psicótico no Farol da Barra no último fim de semana. Segundo ele, no calor do momento, a corporação julgou que aquela ação seria a mais correta. "Num momento como esse, jamais devemos fazer juízo de valores", declarou, em entrevista ao "BNews Agora", da Piatã FM, na noite desta terça-feira (30).
"Com certeza, eu não gostaria de estar no lugar daqueles companheiros. Não estamos aqui para julgar como foi cumprido ou não. Ali também estão seres humanos que estão tão abalados como todos nós. [...] Só quem sofreu na pele sabe o que aconteceu. Claro que os fatos devem ser apurados, mas a instituição é a maior vítima desses fatos", ressaltou.
Sturaro avaliou ainda que é "muito fácil falar quando não estão no calor da missão". "Ali estavam os melhores policiais militares da Bahia", ressaltou.
O coronel ainda criticou a tentativa de se criar um ambiente para uma nova paralisação da instituição. A Constituição Federal proíbe motim, que é um crime previsto no artigo 149 do Código Penal Militar. "Não podemos fazer disso uma situação política. [...] Não gosto nem de ouvir isso [sobre a possibilidade de paralisação]. Já sofremos muito com isso. A população tem que confiar na corporação", avaliou.
Wesley Soares foi alvejado, por volta das 18h30 do domingo (29), após efetuar disparos na direção dos policiais que faziam o cerco ao local. Segundo a SSP-BA, ao menos 10 tiros foram disparados. Ele foi encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
Uma multidão acompanhou o enterro do policial. Familiares e colegas se aglomeraram e prestaram homenagens ao soldado em um cemitério Campo Santo, em Itabuna, no fim da tarde desta segunda-feira (29). Agentes da corporação seguraram o caixão, enquanto eram feitos os discursos.
Foram registrados aplausos e fogos de artifício no local, além de muita comoção. Também houve uma manifestação pelas ruas da cidade. Vestidos de preto, centenas de manifestantes caminharam com brados de "A PM parou" e um carro de som tocando o Hino Nacional.
O corpo foi levado de avião para o Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, no início da tarde e transportado em um carro para Itabuna. O translado do caixão foi providenciado pelo Governo do Estado.
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