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Vídeo mostra momento em que agricultor é executado em Barreiras após denunciar grilagem de terras; assista

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O crime aconteceu no mês de junho, na cidade do oeste baiano, e policiais são suspeitos de envolvimento   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 04/09/2021, às 08h52   Redação BNews


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Em junho, o assassinato do agricultor Paulo Antonio Ribas Grendene, de 62 anos, na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, motivou mais uma fase da Operação Faroeste, do Ministério Público Federal (MPF). Na investigação, ficou comprovado que o crime teria sido motivado por denúncias da vítima contra grileiros de terra no estado.

A vítima havia denunciado à polícia que suas terras estavam sendo invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigada pela Operação Faroeste, responsável por investigar venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Agora, imagens de uma câmera de segurança na rua em que o crime foi cometido podem ajudar a polícia a identificar os autores da execução. Entre os suspeitos estão policiais envolvidos no esquema, que servem como uma espécie de pistoleiros de pessoas ricas e poderosas no oeste.

No vídeo, é possível ver o momento em que Paulo Grandene entra no carro e antes de sair do local, outro carro para ao lado, quando são iniciados os disparos. Um homem sentado no banco de trás do veículo dos criminosos, atira diversas vezes. Em seguida, outro homem, que estava no banco da frente, desce encapuzado portando uma espingarda, atira mais três vezes à queima-roupa, volta para o veículo suspeito e foge do local.

Operação Faroeste

A Operação Faroeste foi deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em novembro de 2019, com a instauração do Inquérito 1.258/DF. O objeto inicial era a existência de suposto esquema de venda de decisões no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) com o envolvimento de pelo menos quatro desembargadores.

O esquema criminoso criado por Adailton Maturino dos Santos – que passou a contar com a participação de magistrados – consistia na legalização de terras griladas no Oeste do estado. A orcrim conta, ainda, com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente. Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias.

Com o aprofundamento das investigações e a deflagração de outras fases da Operação Faroeste pelo MPF foi descoberto também o envolvimento de integrante do alto escalão e de servidores do Ministério Público do Estado da Bahia, de servidores da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP/BA) e de advogados.

Até o momento, foram tomadas várias medidas cautelares, como prisões temporárias e preventivas, buscas e apreensões, afastamento de funções públicas, quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático de diversos alvos. As investigações apontam para a existência de uma engrenagem criminosa com várias ramificações com a participação de dezenas de pessoas e a possibilidade do envolvimento de autoridades da alta cúpula do Poder Público baiano.

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