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Após onda de violência, operação integrada de órgãos de segurança é iniciada na Barra

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O major Uildinei, comandante da 11 CIPM assegura que os últimos episódios de violência no bairro da Barra “foram fatos pontuais”  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 17/10/2021, às 19h48   Márcia Guimarães


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Um dos bairros turísticos mais requisitados da capital baiana, a Barra tem sofrido com episódios de violência que deixam moradores e visitantes apreensivos. Com o intuito de trazer novamente a sensação de segurança para a população, foi lançada, neste domingo (17), a operação “Barra em Paz”, capitaneada pela Polícia Civil e que conta com o apoio da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e outros órgãos municipais. 

Segundo a titular da 14ª Delegacia Territorial (DT), delegada Mariana Ouais, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) percebeu que, aos finais de semana, há um quantitativo maior de pessoas que não fazem parte da população originária da Barra e, diante disso, ações integradas com diversos órgãos estão sendo implementadas para tentar dar um pouco mais de segurança a todos aqueles que moram e transitam de forma sazonal pelo bairro. 

Outra mudança, pelo menos até o fim do Carnaval, é que a 14ª DT oferecerá aos finais de semana a possibilidade de formalizar na unidade prisão em flagrante ou termo circunstanciado. Antes, os policiais tinham que se deslocar até a Central de Flagrante, o que desfalcava ainda mais a segurança na região. 

A delegada destaca que, além das questões administrativas, os policiais estão fazendo rondas e abordagens para inibir a criminalidade. Ainda assim, o efetivo não chega nem perto do ideal. A 14ª DT tem apenas quatro policiais civis ordinários de segunda a sexta-feira e, com o reforço até o final do verão de 2022 aos finais de semana, o número vai para 13 profissionais.

“De quatro a cinco anos pra cá, nosso efetivo vem diminuindo bastante, sobretudo com a Reforma da Previdência. Então nós não temos esse efetivo para ter equipes de formalização em cada delegacia. O que a gente está fazendo agora é deslocando pessoas de outras unidades, que não são unidades de locais turísticos, para dar esse suprimento, mas a Polícia Civil hoje não detém essa capacidade em relação à efetivo de manter plantões formalizadores em todas as delegacias de pontos turísticos”, avisou Mariana. 

O major Uildinei, comandante da 11 CIPM, por sua vez, assegura que os últimos episódios de violência no bairro da Barra “foram fatos pontuais” e estão sendo investigados pela Polícia Civil. Ele adiantou que a suspeita inicial é que foram acerto de contas: “dois envolvidos com o tráfico e um com agiotagem”.

O comandante citou que a PM está com a Operação Verão e o policiamento intensificado no bairro, inclusive com o apoio de unidades especializadas. “Temos base no Farol, no Porto, policiamento 24 horas, viaturas e motocicletas rodando, viaturas da Guarda Municipal, serviço de inteligência. O policiamento está intensificado no local [... ] Câmeras foram instaladas e a tecnologia está nos ajudando”, elencou o major.

O empresário Cássio Habib, 46 anos, que é de Salvador e mora há 25 anos na Califórnia (EUA), está desencantado com a capital baiana e já procura um comprador para seu apartamento na Barra, após presenciar crimes no bairro e ser assaltado neste sábado (16) por dois jovens. 

“Estávamos caminhando na rua perto da Marquês de Caravelas quando fomos assaltados. Eu esqueci que estava usando uma corrente, puxaram a corrente por trás, eu ainda tentei recuar e derrubaram meu marido no processo. Ele está todo arranhado e ainda conseguiram arrancar a corrente. Me sinto inseguro, acho que a população está vivendo em estado de alerta, de insegurança. Estar em Salvador pra mim hoje é como se estivesse em zona de guerra”, relatou o empresário. 

Habib disse que está traumatizado e triste com Salvador e não pretende voltar mais à cidade. Seu marido, Cesar Godines, foi categórico ao confirmar que nunca mais gostaria de estar em solo baiano novamente. 

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