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Polícia analisa câmeras de segurança do prédio em que jovem foi morta por advogado: 'cedo para falar em tiro acidental'

Vagner Souza / BNews
Os celulares do advogado e da vítima estão na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e devem ser encaminhado para perícia a fim de saber a dinâmica de vida do casal  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza / BNews

Publicado em 18/10/2021, às 14h32   Márcia Guimarães


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As câmeras de segurança do prédio em que Kesia Stefany da Silva Ribeiro foi assassinada no último domingo (17), no bairro do Rio Vermelho, estão sendo analisadas pela Polícia Civil, que ouviu duas testemunhas até o início da tarde desta segunda-feira (18). A jovem de 21 anos foi morta com um tiro na cabeça pelo advogado criminalista, Luiz Meira, 50 anos, com quem se relacionava há dois anos.

Os celulares do advogado e da vítima estão na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e devem ser encaminhado para perícia a fim de saber a dinâmica de vida do casal. Durante coletiva de imprensa, a presidente do inquérito e titular da 1ª DH/Atlântico, delegada Zaira Pimental, disse que ainda é muito cedo para a polícia traçar o perfil criminológico tanto da vítima quanto do autor.

Preso em flagrante por feminicídio, Meira, por ser advogado, está em uma cela especial na Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter) e deve passar por audiência de custódia ainda nesta segunda-feira. Se a prisão em flagrante for convertida em preventiva, ele ficará preso por tempo indeterminado.

A delegada Zaira afirmou que serão ouvidos vizinhos, amigos e familiares que “presenciaram alguma parte da situação”. Ela destacou que ainda é muito precoce falar em tiro acidental, como alegado pela defesa do criminalista, e os investigadores analisarão todas as possibilidades. 

A arma de fogo utilizada no crime foi apreendida com Meira e passará por perícia. Zaira acrescentou que as equipes não levantaram, até o momento, se o autor respondia algum processo por agressão ou outras informações sobre a vida pregressa do casal. Os conteúdos do interrogatório e das oitivas não serão divulgados pela Polícia Civil para não atrapalhar as investigações.

A prisão

O diretor adjunto do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado André Garcia, contou ao BNews que os policiais foram acionados na madrugada de domingo para verificar a ocorrência de um homicídio por disparo de arma de fogo, no Rio Vermelho. “As equipes se deslocaram até o local, constataram que se tratava de um local de crime, onde foi iniciada a perícia técnica e as investigações. A partir daí, a PM colheu informações de que o suposto ator estaria em um apartamento de parentes na Pituba, local onde foi encontrado, conduzido para este departamento e autuado em flagrante”, descreveu Garcia. 

Antes de ir para a casa de familiares, o criminalista deixou a jovem no Hospital Geral do Estado, mas ela já teria chegado ao local sem vida. “Estamos ainda no início das investigações. Algumas pessoas foram ouvidas e outras ainda serão ouvidas, inclusive os familiares. Não podemos precisar uma data para a conclusão do inquérito em função da complexidade da investigação, mas possivelmente ocorrerá em 30 dias”, completou o delegado. 

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