Salvador

Irmão de jovem morta afirma que relação com criminalista envolvia traições e agressões: 'sabia que isso iria acontecer uma hora'

Montagem BNews
Familiar informou ainda que deixou de frequentar a casa do acusado por causa do clima de violência   |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 18/10/2021, às 11h00   Aline Reis


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Um dos irmãos de Kesia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, relatou ao BNews que a relação dela com o advogado criminalista, Luiz Meira, foi marcada por brigas com agressões e que este ano ela já teria sido levada para um hospital por ele com um ferimento no pé causado por uma discussão. 

“Ele não tinha controle no momento da raiva, os dois brigavam. No ano passado ela acabou rasgando o pé, eu estava presente e quando começou a sangrar, ele simplesmente mudou o comportamento, começou a chorar e fomos levar ela para a emergência do Hospital Geral do Estado (HGE)”, explicou o familiar, que prefere o anonimato com medo de represália.

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O homem disse que depois desse episódio se afastou e nunca mais retornou à casa do criminalista por reprovar o comportamento e estar cansado das brigas do casal, causadas especialmente por ele mexer no celular dela. “Fiquei com medo, ninguém entendia esse ciúme doentio e parei de ir. Que adianta ir para aquele lugar em frente ao mar, com piscina e não ter paz?”, questionou. 

À reportagem, o irmão disse que acontecia traição de ambos os lados, o que aumentava cada vez mais as desconfianças e brigas, no entanto, não se largavam. Vistos no show de Zé Vaqueiro, no último sábado, em uma barraca de praia, horas antes do feminicídio, o familiar reforçou que os conflitos ocorriam muito em virtude do consumo de álcool e eles chegavam a trocar socos. 

“Ela sempre voltava para ele, quando terminavam. Ele saía de Salvador e ia para Feira de Santana buscá-la, conhecia nossa família, mas também deixou de vir quando em uma das brigas na nossa casa, ele saiu queimado, pois ambos saíram sangrando. Então, ela só ia para a capital e implorava para que eu ou um outro irmão nosso fôssemos com ela, dizia que tinha medo de ficar sozinha com ele”, lamentou. 

O irmão afirma não acreditar em tiro acidental e classifica a forma em que o disparo aconteceu como intencional em um dos “surtos” de raiva dele. “Já sabia que isso iria acontecer uma hora, ela já era independente e, por mais que a gente desse conselho, ela tinha liberdade para fazer o que queria, ficando com ele mesmo com agressões. No fundo, era previsível isso acontecer. Ele deu um tiro embaixo do queixo, atravessou o crânio, ela está com a mandíbula toda quebrada, isso não é acidental”, crava.

Diferença de idade 

Com quase 30 anos de diferença entre Késia e Luiz, o irmão diz que advogado nunca quis assumir ela como namorada mesmo em dois anos de relacionamento. “Minha irmã conhecia e convivia com os amigos dele, ele também vinha aqui em casa, mas moravam separados. Foi uma decisão dele e ela achou melhor também por ir conhecendo o temperamento dele, então ela ficava em Feira dia de semana e ia para Salvador aos finais de semana. Ele advogado, bem sucedido e ela só era uma menina, tinha acabado de se formar no ensino médio quando conheceu ele em 2019”. 

Desesperança 

O familiar admite que vai aguardar a justiça divina e lamenta sobre a posição do judiciário em que pessoas, como o criminalista, réu primário, cumprem muito pouco a pena ou respondem em liberdade. “Ele é um psicopata, matou ela com muita crueldade e, infelizmente, a gente sabe como funciona o sistema, daqui a pouco está livre”. 

Késia foi sepultada em Feira de Santana nesta segunda-feira (18) e a família vai buscar as medidas legais logo após o enterro.  

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