Polícia

Defesa de homem acusado de esfaquear socorrista do Samu em Itapuã nega crime

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Novos vídeos mostram momentos antes e depois da briga entre os vizinhos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/vídeo

Publicado em 28/10/2021, às 21h03   Beatriz Araújo


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O advogado de Francisco de Assis Fonseca de Aguiar, acusado de esfaquear um vizinho, nesta quarta-feira (27), no bairro de Itapuã, afirmou, durante entrevista ao BNews, que o seu cliente, na verdade, sofreu uma tentativa de homicídio por parte da vítima, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Em entrevista ao Balanço Geral, nesta quinta-feira (28), os filhos do homem esfaqueado contaram que os problemas com o vizinho começaram há cerca de cinco anos, desde que compraram a parte de cima da casa, e já foram registrados diversos boletins de ocorrência contra o homem, que seria conhecido na região por se envolver em brigas.

“Vivemos com medo porque não sabemos o que ele pode fazer. Ele premedita, é maquiavélico. Antes de esfaquear meu pai, ele atropelou meu pai, já veio pra cima da gente com foice, ameaçou minha mãe. Já tem cinco anos esse problema. Esse homem não tem como viver em sociedade, ele quer fazer o mal. Não sabemos mais o que fazer”, desabafou o filho do socorrista.

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Novos vídeos obtidos pelo BNews mostram outros ângulos da briga onde o socorrista dá um chute em Francisco, que cai da escada, e passa a ser agredido pelo vizinho e por quem seriam dois de seus filhos. 

Assista:

Um outro registro mostra Francisco, após ser espancado, caído no chão, ensanguentado e, aparentemente, desacordado, enquanto os envolvidos na confusão passam por cima dele para descer a escada. 

Veja vídeo:

Defesa nega versão da família da vítima 

O advogado André Franklin de Queiroz, que defende Francisco no caso, afirmou que, na verdade, foi seu cliente a real vítima da tentativa de homicídio. 

“Seu Francisco foi agredido por todos os familiares [do socorrista do Samu] quando ele tentava entrar na casa dele”, inicia. “Uma senhora e o seu filho impediram que ele adentrasse ao apartamento dele, foi quando ele foi surpreendido pelo rapaz, que acabou sendo lesionado, com uma voadora no meio da sua caixa peitoral”, emendou o advogado. 

Em entrevista ao BNews, Queiroz explica que Francisco mora no 1º andar, e o socorrista no 2º, e dá detalhes do que teria realmente acontecido no dia do episódio, segundo seu cliente. “Eles travaram seu Francisco na escada que dá acesso ao apartamento dele, ao 1º andar. Ele quando tentava entrar na porta do imóvel foi barrado pela senhora, a esposa do homem, e o seu filho mais novo”, conta. 

“Começou a discussão e seu Francisco foi surpreendido com uma voadora no peito, e depois sendo esmurrado por três pessoas, que me parecem que foi a esposa, o filho e o homem”, completou. 

Acusado não se recorda de ter esfaqueado vítima

Ainda de acordo com a defesa, Francisco de Assis Fonseca de Aguiar não se recorda de ter esfaqueado o vizinho. “Aí é que vem a dúvida porque o meu cliente diz que ficou desacordado, porque ele, além da voadora que ele tomou na caixa do peito, que ficou visível para todos, ele foi esmurrado, espancado e ‘engarguelado’”, relata Queiroz. “Ele diz que nem se recorda. Ele diz que só viu a voadora que ele tomou e caiu já praticamente apagado”, emendou. 

Questionado se o homem confirmou que estava em posse de uma faca no momento da briga, a defesa explica: “Na verdade, o que ele alega para mim, é que ele, por ser pescador, sempre tem um canivete quando ele usa para pesca e que ele deixa dentro da pochete”. “Ele diz que acredita que estivesse dentro da pochete, mas disse que não se recorda de nada, porque ele já é um senhor de idade”, continuou. 

“Ele diz que quando ele acordou, já estava lá todo ensanguentado, com o sangue no nariz dele, que sangrou muito, a cabeça dele, inclusive, está cortada, lesionada, todo cheio de hematoma, e ele disse que não viu mais nada”, pontua a defesa. “Ele nega porque ele não se recorda, então ele não tem como afirmar isso”, acrescenta.

O advogado contou que os familiares do socorrista acionaram a Polícia Militar, e o seu cliente foi levado para a Central de Flagrantes. "A delegada se negou, de forma equivocada, a liberar seu Francisco, entretanto, o juiz compreendeu a tese da defesa e relaxou a prisão porque ele visualizou, diante dos vídeos apresentados, que comprovam a tese da defesa". 

Queiroz ainda alega que o seu cliente é constantemente perturbado pela família por causa de uma piscina que eles queriam colocar no andar em que moram. "Como foi ele que construiu o prédio, conhece o engenheiro e tem o laudo que não comporta uma piscina na parte superior, seu Francisco entrou na Justiça e embargou a obra, e a partir desse dia seu Francisco não teve mais tranquilidade", concluiu.

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