Polícia

Deputada é acusada de usar verba pública em carro particular

Imagem Deputada é acusada de usar verba pública em carro particular
Parlamentar Myrian Rios não se manifestou sobre o caso  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/06/2013, às 16h32   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Um gasto de R$ 386,12 com combustível num só dia - dinheiro suficiente para abastecer dois tanques e meio de um Bora - e o relato de um ex-motorista da deputada do Rio Myrian Rios (PSD) podem comprovar a suspeita levantada pelo Globo: recursos do cartão-combustível da Alerj são facilmente desviados, de acordocom informações da coluna de Anselmo, do jornal O Globo.  Anderson Souza da Silva, de 35 anos, que por cerca de um ano e meio dirigiu o carro da parlamentar, diz que ela usou verba pública para abastecer o carro particular dela e até o da irmã, Maria Helena. A deputada não quis comentar as acusações.
Ainda segundo o colunsita, os casos teriam acontecido em 2011, quando o sistema de abastecimento da frota da Alerj era administrado pela Sodexo do Brasil. Em abril deste ano, como a coluna noticiou, os cartões-combustível passaram a ser gerenciados Trivale Administração (Vale Card), cujos sócios são réus em processos de lavagem de dinheiro e até uso de trabalho escravo. O contrato é de R$ 2.656.800. Ainda em abril, o MP do Rio abriu inquérito para investigar o caso. Anderson Silva conta que o cartão ficava com a própria deputada ou com Maria Helena, irmã dela, que não é funcionária do gabinete. Com isso, todo o abastecimento era feito com permissão de uma das duas.
O Globo teve acesso a uma planilha com os gastos do cartão-combustível da deputada Myrian Rios entre agosto e outubro de 2011. Uma análise nesses dados reforça as acusações do ex-motorista. Naquele trimestre, houve dia em que o cartão foi usado três vezes e a soma dos gastos permitiria comprar mais combustível do que pode comportar o tanque de 55 litros de um Bora, o carro oficial dos deputados. Foi o que aconteceu em 17 de agosto. Há um gasto de R$ 164,64 no Piraquara Auto Posto, em Realengo, um de R$ 161,50 no Posto Aconchego, em Senador Camará, e outro de R$ 59,98 no Posto Quatro Estrelas, no Humaitá.
De acordo com Anselmo, o total é de R$ 386,12. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, o preço médio do litro da gasolina naquele período era de R$ 2,82. Portanto, pela média, seria possível comprar somente naquele dia 137 litros, o que equivale a dois tanques e meio de um Bora. No dia 3 de outubro de 2011, cartão da parlamentar foi usado novamente três vezes num mesmo dia. O gasto total foi de R$ 206,59. Em outras oito ocasiões, o gasto diário passou dos R$ 200, tendo o cartão sido usado duas vezes num mesmo dia. Em 10 de agosto, por exemplo, o gasto foi de R$ 333,28. De agosto a outubro de 2011, o cartão da deputada Myrian Rios foi usado para pagar 70 abastecimentos. Todos na cidade do Rio. Quinze deles foram feitos no Posto Pequena Cruzada, na Lagoa, próximo à casa da parlamentar. Nesse período, o total de gastos do cartão-combustível neste posto na Lagoa foi de R$ 1.632,33. Aliás, no Pequena Cruzada, o cartão da Alerj foi usado, no dia 21 de outubro, para realizar uma compra de R$ 3. O ex-motorista diz não saber o que foi comprado. A parlamentar permanece em silêncio.

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