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Adolescente ianomâmi é estuprada e morta por garimpeiros

Divulgação/Polícia Federal
Na ação uma criança de 3 anos foi jogada ao rio por garimpeiros  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Polícia Federal

Publicado em 26/04/2022, às 17h43   Redação BNews


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Uma adolescente ianomâmi, de 12 anos, morreu após ser abusada sexualmente por garimpeiros na comunidade Aracaçá, na região de Waikás. Informações do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, dão conta de que além da morte da menina violentada, uma outra criança, de três anos, está desaparecida após ter sido jogada de um barco no rio Uraricoera com sua mãe, durante tentativa de sequestro. A mulher de 28 anos sobreviveu, mas o filho teria se afogado.

"Os garimpeiros invadiram a comunidade levaram uma mulher e uma adolescentes, de 12 anos de idade. Os garimpeiros violentaram e ocasionou o óbito. O corpo da adolescente ainda está na comunidade e vamos fazer um voo agora para trazê-la ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer os exames e constatar se ela foi abusada. A mulher tinha 28 anos e estava com uma criança de colo, que teria morrido afogada no rio", afirmou Hekurari.

O indígena disse que a Polícia Federal e o Exército foram informados do crime na noite da última segunda-feira (25).

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De acordo com a reportagem de O Globo, o procurador do Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR), Alisson Marugal, disse que está à espera de novas informações para agir no caso. "Vamos aguardar o resultado da diligência lá na região. Mas certamente o MPF vai se inteirar dos fatos para tomar providências, se tivermos todas essas confirmações. A apuração cabe à Polícia Federal e nós, como Ministério Público, vamos dar total apoio", afirmou.

Por meio de nota, o Condis-YY diz que o o "Governo Federal está sendo negligente. "Solicitamos que sejam tomadas as medidas pertinentes em conformidade com as normas em vigor quanto ao ocorrido, e que a lamentável situação deve ser apurada e solucionada", diz o documento.

A reportagem afirma que com pouca oferta de caça e pesca em razão da destruição do meio ambiente e debilitados por doenças que os impedem de buscar o próprio alimento, jovens indígenas estão sendo forçados a trabalharem para os garimpeiros. O esquema criminoso envolve aliciamento, assédio de menores, violência e abuso sexual contra mulheres e crianças. Em muitos casos as mulheres são embriagadas e estupradas até a morte.

O Ministério Público Federal de Roraima e a Polícia Federal já receberam denúncias de crimes parecidos em outras regiões, mas casos específicos de estupro e morte por abuso em terras indígenas até então não foram investigados no âmbito federal.

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